quinta-feira, 30 de janeiro, 2014

Fiat registra perda na América Latina

O presidente da Fiat, Sergio Marchionne, anunciou ontem, durante teleconferência sobre os resultados no quarto trimestre de 2013, que a montadora pode produzir modelos da marca Jeep no Brasil em 2015, apesar da queda das vendas e do lucro na América Latina. A receita líquida da companhia caiu 23,4% na região em relação ao quatro trimestre de 2012, somando € 2,22 bilhões.
A empresa terminou o último trimestre do ano com um prejuízo operacional de € 28 milhões no mercado latino-americano, onde o resultado foi influenciado pelo câmbio e pela inflação, que elevou seus custos de produção. A Fiat culpou a retirada de descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no Brasil pela queda nas vendas. A base de comparação também foi desfavorável, já que a demanda estava aquecida no quarto trimestre de 2012.
Sobre a fábrica que a Fiat está construindo em Goiana, em Pernambuco, o executivo-chefe da montadora admitiu que a operação será atrasada. "A nova fábrica estará pronta em 2015", disse Marchionne. A estimativa era iniciar a produção já neste ano. Procurada, a filial brasileira da Fiat não se manifestou sobre as declarações.
De acordo com o balanço publicado ontem, as vendas de veículos de passeio e comerciais leves sofreram declínio de 18% no mercado brasileiro, para 188 mil unidades no quarto trimestre. O país é o mais importante na América Latina, concentrando mais de 80% do volume comercializado na região.
Em janeiro, disse Marchionne, o mercado brasileiro se comportou bem para a Fiat A montadora permaneceu em primeiro lugar no país, mas sua participação de mercado brasileiro diminuiu 1,8 ponto percentual, para 21,5% durante 2013.
Na opinião do executivo, as perspectivas são boas. A inflação, segundo ele, só vai representar um risco se a desvalorização do real em relação ao dólar e euro se intensificar. O câmbio é determinante para os preços e, se o real continuar se enfraquecendo, os carros ficarão mais caros. Mas, se o cenário atual se manter, a montadora projeta obter uma margem operacional de dois dígitos até 2016 - em 2013, a margem foi de 4,9% em toda a América Latina.
No acumulado de 2013, a Fiat chegou a € 9,97 bilhões em receita líquida na América Latina, o que representou uma queda de 9,9% em relação a 2012. O lucro operacional no ano recuou 52%, para € 492 milhões. A Fiat projeta entregar de 4,5 milhões a 4,6 milhões de automóveis internacionalmente em 2014, o que presentaria um aumento na faixa de 3,4% a 5,7%. Na América Latina, a expectativa é que o grupo venda de 900 mil a 1 milhão de unidades. Em 2013, foram comercializados 950 mil veículos na região.
Ontem, o grupo anunciou que, após comprar 100% da Chrysler, adotará uma identidade única para a organização resultante da união entre as duas montadoras. Isso envolve a mudança da logomarca corporativa da holding, que passa a ser representada pela sigla FCA (Fiat Chrysler Automobiles). A montadora adquiriu os 41,5% do capital que ainda não possuía da montadora americana.
Mas a mudança corporativa e o lucro global de quase € 2 bilhões em 2013 - o dobro do registrado em 2012, por contra de um crédito fiscal - não foram suficientes para desviar a atenção dos investidores à piora no desempenho operacional e à suspensão do pagamento de dividendos. As ações da montadora caíram 5,9% durante o dia.
A Fiat espera uma melhora nas vendas em quase todas as regiões do mundo. Na América do Norte, a fabricante prevê vender 2,4 milhões de unidades, ou 7,2% a mais. "Não estamos preocupados com os preços de nossos carros nos Estados Unidos", garantiu Marchionne. (Com agências internacionais)
Valor Econômico - 30/01/2014
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