quarta-feira, 22 de janeiro, 2014

Chinesa Geely começa com importado e avalia fábrica

Depois da Chery e da JAC Motors, ambas já com fábricas em construção no país, a Geely é a mais nova marca chinesa a desembarcar no Brasil com planos de produção local.
O pontapé inicial da investida no mercado brasileiro foi dado ontem com a inauguração oficial da sede da marca, instalada em Itu, no interior paulista.
A partir de março, os carros da Geely - inicialmente, importados - começam a ser comercializados na rede de concessionárias, que começa com 15 lojas e chega a 25 pontos de venda até dezembro. A meta é vender 3,5 mil unidades dois modelos neste ano, evoluindo para 20 mil carros em 2015, ou toda a capacidade de sua fábrica no Uruguai, onde os veículos serão montados.
Mas os planos do grupo são mais ambiciosos e incluem investimentos na construção de uma fábrica no país, o que se tornou uma obrigação para as montadoras que desejam ter alta escala no mercado brasileiro, dadas as restrições às importações da nova política automotiva. Conversas preliminares da Geely já foram iniciadas com, pelo menos, cinco Estados. A direção da empresa espera tomar uma decisão sobre esse projeto até o fim do ano.
Segundo Lin Zhang, diretor da montadora responsável pelas operações internacionais, incluindo fábricas fora da China, o empreendimento já foi discutido com os governos de Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia, além de São Paulo, que tem a preferência do empresário José Luiz Gandini, representante da marca no mercado brasileiro e que também pretende participar de 40% do investimento na linha de montagem.
No momento, Zhang afirma que ainda estuda quais modelos vai montar no Brasil para, a partir daí, definir qual será o tamanho da fábrica e do investimento a ser realizado. Além de utilitários esportivos, a empresa avalia começar a produção com carros compactos e sedãs médios, segmentos que serão seu ponto de partida por aqui.
Mas Zhang confirmou que a fábrica brasileira também poderá, num segundo estágio, produzir carros da marca sueca Volvo, controlada pelo grupo chinês há mais de três anos. Desde setembro, as duas montadoras desenvolvem plataformas de produção compartilhadas num centro de pesquisa e desenvolvimento em Gotemburgo, na Suécia.
"Estamos considerando apenas a Geely, mas não há uma decisão de que a Volvo não pode se juntar [aos carros que serão produzidos no Brasil] mais tarde. Faz sentido que a fábrica seja compartilhada", afirmou Zhang a um grupo de jornalistas que acompanhou ontem a cerimônia que marca o início das operações da Geely no mercado brasileiro.
As vendas começam em março com um sedã médio, o EC7. A partir de junho, a Geely entra no mercado mais popular do país com o hatch compacto GC2.
Como os dois carros serão montados no Uruguai, dentro, portanto do acordo de livre comércio do Mercosul, a montadora está livre da sobretaxa de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrada há mais de dois anos a veículos importados.
Além de concessionárias em cidades como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde estão os maiores mercados do Brasil, a Geely terá lojas no interior paulista, como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, e em Natal, no Rio Grande do Norte, sua única já nomeada no Nordeste.
A marca ainda não definiu os preços dos carros, mas o estreante EC7 ficará numa faixa de R$ 50 mil, enquanto o GC2 custará ao redor de R$ 30 mil.
Valor Econômico - 22/01/2014
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