sexta-feira, 06 de setembro, 2013

Produção volta a subir e Anfavea revê meta

Depois de perder força entre junho e julho, a produção da indústria automobilística voltou a subir e ficar acima de 340 mil veículos no mês passado, refletindo o melhor agosto da história para as exportações e a forte atividade nas fábricas de caminhões.
No total, 340,5 mil veículos - entre carros, utilitários leves, caminhões e ônibus - saíram das linhas de montagem em agosto, um volume que se aproximou dos resultados de abril e maio, os dois meses de produção mais forte deste ano, com 347,1 mil e 348,1 mil unidades, respectivamente.
Na comparação com julho, houve crescimento 9%. Em relação ao já forte volume de igual período do ano passado, quando 332,8 mil veículos foram produzidos, o crescimento foi de 2,3%. Contribuiu decisivamente para essa evolução na comparação anual a retomada da indústria de caminhões, cuja produção subiu 50,1% e alcançou 18,8 mil unidades no mês passado. Na mesma base de comparação, a produção de veículos leves - carros de passeio e comerciais pequenos - subiu apenas 0,5%.
No embalo de juros subsidiados a taxas abaixo da inflação nos financiamentos a bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de compras feitas pelo governo, as montadoras de caminhões vão saindo do buraco que entraram no ano passado, período no qual a produção do setor caiu cerca de 40% com a introdução das linhas menos poluentes, porém, até 15% mais caras.
Além disso, as exportações - de 64,1 mil veículos, o melhor resultado para meses de agosto - compensaram a queda do consumo doméstico no mês passado. Os embarques, puxados pela demanda em mercados como Argentina e México, subiram quase 50% na comparação anual e 22,1% comparativamente a julho.
Os números foram divulgados ontem pela Anfavea, a entidade das montadoras instaladas no país, que também revisou suas previsões para este ano, melhorando os números para a produção, mas reduzindo a expectativa de vendas. Após o crescimento de 13,7% acumulado até agosto, a associação subiu de 4,5% para 11,9% a alta estimada na produção deste ano, o que, se confirmada, significará um volume recorde de 3,79 milhões de veículos.
Além da recuperação das exportações - onde a Anfavea prevê crescimento de 20% - e de um novo recorde no mercado doméstico, essa meta leva em conta a substituição de carros importados por nacionais. Diante de restrições impostas pelo governo, como cotas a veículos do México e sobretaxas a carros vindos de fora do Mercosul, as vendas de importados recuam 15,2% neste ano, enquanto as dos veículos produzidos no Brasil sobem 2,6%.
Na soma dos importados e dos nacionais, os emplacamentos de veículos novos no país inverteram a trajetória de crescimento e chegaram ao fim de agosto com uma queda de 1,2%, em valores acumulados desde janeiro. Ao anunciar o resultado, a Anfavea reduziu para a faixa de 1% a 2% a expectativa de crescimento em 2013, o que, ainda assim, significaria o décimo ano seguido de recorde nesse mercado. A previsão anterior era de um aumento de 3,5% a 4,5% nas vendas.
Apesar de analistas trabalharem com números mais conservadores - apontando, inclusive, a possibilidade de queda dos licenciamentos -, Moan citou a tendência de aquecimento das vendas até dezembro e indicadores como a queda na inadimplência, liberando a oferta de crédito, ao justificar a expectativa de novo crescimento do mercado. "São fatores e indicadores que nos levam a fazer essas projeções, que o mercado acha otimista. Mas nós achamos que é o mercado que está pessimista", disse.
Valor Econômico - 06/09/2013
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