sexta-feira, 16 de agosto, 2013

Cristália investe R$ 160 milhões

O Brasil produz apenas 14% dos princípios ativos que são utilizados pela indústria farmacêutica. E uma parte desse percentual é sustentado pelo laboratório Cristália, responsável por confeccionar metade da matéria-prima utilizada em sua produção. É com essa matemática pautada na sustentabilidade entre desenvolvimento e fabricação que a empresa sediada em Itapira, no interior de São Paulo, investiu R$ 160 milhões em novas instalações.
Inaugurada nesta semana para a produção de princípios ativos oncológicos (tratamento de câncer) e de peptídeos (biomoléculas), com a presença da presidente Dilma Rousseff e do governador paulista Geraldo Alckmin, a unidade deve apresentar seus
primeiros resultados em 2016, com a ampliação do portfólio de princípios ativos da companhia. “Nossa meta é superar os 50% que temos hoje. Como os resultados em biotecnologia são de maturação longa, os primeiros resultados só devem aparecer em três anos”, avaliou Ogari de Castro Pacheco, presidente da Cristália.
Hoje, os princípios ativos da empresa, responsáveis por 50 patentes registradas, são provenientes, basicamente, de síntese química. O capital próprio representa 95% do total aplicado, com os 5% restantes de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na avaliação do executivo, o investimento vai preparar a empresa para um novo momento aguardado para o setor. “O último grande ‘boom’ aconteceu com a chegada dos genéricos na virada do século, mas
continuamos a fazer a imensa maioria dos medicamentos com princípios ativos importados. Desenvolvê-los aqui é o caminho para o próximo grande ciclo da indústria”, acrescenta. O atual cenário de dependência aumenta o custo do setor e reduz o fôlego da indústria nacional, segundo Pacheco.
O faturamento de R$ 1,2 bilhão no ano passado (crescimento de 55% em relação a 2011) é resultado do posicionamento diversificado em quatro frentes na qual o varejo representa apenas uma pequena parcela. “Nosso foco é o setor hospitalar, as vendas de princípios ativos para indústria e as PDP (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo)”. Somente a Cristália é responsável por quase metade das PDPs que transferem tecnologia para os laboratórios públicos (24 das 54 em vigor hoje).
Uma dessas parceiras, por exemplo, é a Fiocruz, no Rio de Janeiro, que produz o mesilato de imatinibe. O fármaco é indicado para o tratamento de leucemia mielóide crônica (LMC) e estroma intestinal (tumor do intestino). Nesse modelo, que substitui a aquisição das patentes internacionais, os cofres públicos vão economizar mais de R$ 300 milhões até 2017.
Brasil Econômico - 15/08/2013
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