terça-feira, 18 de junho, 2013

MERCADO DE BISCOITOS AVANÇA 5% EM VOLUME

A indústria de biscoitos registrou crescimento superior ao do consumo geral das famílias no primeiro trimestre deste ano. Alexandre Colombo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (ANIB), afirma que o setor teve expansão em torno de 5,5% em volume e 10% em valor de janeiro a março, em relação ao mesmo período do ano passado, e a expectativa é manter o ritmo ao longo do ano.
Segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo IBGE, o consumo das famílias avançou 2,1% no trimestre na comparação anual. Ante os três últimos meses de 2012, ficou estagnado, com variação de só 0,1%.
De acordo com Colombo, janeiro e fevereiro foram meses “bem aquecidos, melhores que nos anos anteriores”, mas em março a venda de biscoitos desacelerou. “Acho que pessoal ficou um pouco assustado com o assunto inflação, que estava na mídia”, afirmou. Em abril e maio, as vendas voltaram ao patamar de crescimento de 5% sobre 2012.
Desde o ano passado, a receita do setor de biscoitos cresce bem acima dos volumes vendidos. As fabricantes repassaram ao preço final aumentos nos custos de matérias-primas. Diversidades climáticas tiveram impacto significativo sobre a indústria de alimentos no mundo: a seca prolongada no Meio-Oeste dos Estados Unidos fez dispararem os preços dos grãos, principalmente soja, trigo e milho, acentuando um movimento de alta iniciado por quebras de safra no Brasil e na Argentina.
“Ajustamos preços, as commodities ficaram mais caras. Todo o mundo teve que repassar aumentos”, afirma Colombo. Segundo ele, a indústria consegue absorver altas de até 15% nos custos das matérias-primas, mas no ano passado as cotações de alguns insumos chegaram a subir quase 50%.
Os fabricantes também aproveitaram os repasses de preço ao consumidor para recuperar margens operacionais. De acordo com Colombo, 2011 foi um ano mais difícil, com vendas praticamente estáveis, de 1% em volume e em valor.
Mas o aumento da massa salarial permitiu ao consumidor absorver os repasses. “Os alimentos, principalmente o biscoito, têm passado um momento interessante devido ao aumento da renda da classe C. O Nordeste é responsável por boa parte desse crescimento, o brasileiro está comendo mais e tem migrado para produtos com mais qualidade e maior valor agregado”, explica Colombo.
Ele acrescenta que os volumes estão crescendo puxados pela expansão das lojas de “atacarejo” – atacado que vende também para o consumidor e que tem sido a principal aposta de grandes redes como Carrefour (com Atacadão) e Pão de Açúcar (com Assaí).
A indústria de biscoitos também está trabalhando com margens maiores desde janeiro deste ano, quando os fabricantes obtiveram desoneração na folha de pagamentos. Colombo afirma que a indústria planeja aumentar os investimentos e contratar mais mão de obra, mas a ANIB não tem nenhum levantamento sobre as medidas tomadas pelas empresas desde a redução tributária.
Em 2012, a indústria de biscoitos cresceu em torno de 3,5% em valor e 8% em receita, enquanto o PIB do Brasil avançou 0,9%.
ABRE - Associação Brasileira de Embalagem -17/06/2013
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