sexta-feira, 22 de março, 2013

Vivendi negocia venda da tele SFR com grupo de TV paga

A Vivendi mantém negociações sobre uma fusão, avaliada em vários bilhões de euros, entre a sua empresa de telecomunicações SFR e a Numericable, operadora de TV por assinatura. O acordo combinaria a segunda maior operadora de telefonia celular da França com um dos maiores grupos de TV a cabo do país.
As negociações entre os donos da Numericable e a Vivendi, o grupo de mídia francês e o conglomerado de telecomunicações que está envolvido em uma reestruturação profunda de suas várias companhias, começou nas últimas semanas, disseram fontes familiarizadas com as discussões.
Essas fontes enfatizaram que a negociação ainda está em fase inicial e seria apenas uma das várias opções consideradas pela Vivendi. Alguns analistas estimam que a SFR valha aproximadamente € 15 bilhões e a Numericable, que é de propriedade dos grupos de private equity Carlyle, Cinven e Altice, esteja avaliada entre € 4 bilhões € e 5 bilhões.
A proposta em discussão consiste na fusão das duas companhias para a formação de uma nova empresa, com a Vivendi detentora de 49% das ações e os proprietários da Numericable com 51%.
Pelo fato de a SFR valer muito mais que a Numericable, fontes próximas às negociações disseram que qualquer acordo envolveria o pagamento de um montante em dinheiro alto, estimado em, pelo menos, € 4 bilhões.
Vivendi, Numericable, Carlyle, Cinven e Altice se recusaram a comentar o assunto.
A vontade da Vivendi de examinar a proposta em fase inicial reflete seu desejo de levantar dinheiro e reduzir sua exposição ao negócio de telecomunicação, que exige uso intensivo de capital.
O grupo embarcou em sua revisão de estratégica "sem tabus" em abril de 2012, após uma guerra de preços no setor de telecomunicações da França danificar os lucros da SFR e levar a uma queda acentuada de suas ações.
Desentendimentos sobre a mudança estratégica levou à saída, em junho, de Jean-Bernard Lévy, o ex-diretor-executivo que estava intimamente ligado à área de telecomunicações.
A Vivendi também envolveu bancos para analisar uma possível venda da GVT, a sua empresa de telefonia fixa brasileira, e da participação majoritária que possui na Maroc Telecom, maior operadora de telecomunicações do Marrocos.
Diretores da Vivendi disseram que a venda dos ativos seria usada para pagar € 14 bilhões de sua dívida líquida. Eles também afirmaram que a GVT contribuiu com pelo menos € 2,5 bilhões no lucro antes de juros, impostos e amortização neste ano e, por isso, eles "não têm pressa" para vendê-la.
Pessoas próximas à companhia disseram que a Vivendi demoraria "semanas ou meses" antes de fazer um anúncio em sua nova estrutura. Jean-René Fourtou, que assumiu a presidência do conselho de administração após a saída de Jean-Bernard Lévy, é favorável à área de mídia.
A Vivendi detém a Universal Music, o Canal Plus, uma operadora francesa de TV paga, e a Activision Blizzard, desenvolvedora de jogos. O grupo cogitou a venda da Activision, embora compradores tenham adiado a negociação devido ao alto preço estipulado.
A negociação com o grupo de private equity para a SFR foi publicada pelo "Financial Times" na semana passada. A Vodafone também tem sido indicada como uma possível compradora.
O Morgan Stanley e o J.P. Morgan estão aconselhando a Numericable, enquanto o BNP Pariba s e o Goldman Sachs auxiliam a Vivendi na negociação.
Valor Econômico
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