segunda-feira, 04 de março, 2013

Firefox OS, Ubuntu, Tizen e Sailfish: os novos rivais do Android e do iPhone

“Não queremos criar uma nova plataforma, mas permitir que qualquer pessoa possa se conectar a uma plataforma que já existe. A web é a plataforma.” Com estas palavras sobre o novo sistema operacional Firefox OS, Mitchell Baker, cofundadora da Fundação Mozilla e atual presidente do conselho da entidade, abriu seu discurso no Mobile World Congress (MWC) 2013, maior congresso de mobilidade do mundo que terminou ontem em Barcelona,Espanha.
O discurso pretende acalmar os ânimos das empresas do mercado móvel e também as operadoras de telefonia, que estão preocupadas com o futuro dos sistemas operacionais e dos aplicativos. Segundo Mitchell, a Mozilla tem a intenção de romper com o modelo fechado de aparelhos com sistema e loja de aplicativos da mesma empresa, iniciado pela Apple em 2007 e também adotado, com algumas diferenças, por Google, Microsoft e BlackBerry.
Esse modelo tem funcionado muito bem para as empresas que controlam as plataformas, como a Apple. Mas para os desenvolvedores a história é outra. Eles não podem distribuir seus aplicativos diretamente para os usuários, pois têm que passar pelas lojas de aplicativos (o Android até permite instalar aplicativos de outras lojas, mas o processo não é tão intuitivo) e deixar uma parte do lucro com o gestor da loja.
As operadoras também ficam com um pé atrás, já que não ganham nada na venda de aplicativos e, com apenas duas plataformas dominantes — Apple e Google —, perdem poder de negociação. É com base nessas queixas que a Mozilla e outras empresas apostam em sistemas de smartphones que deem mais liberdade para desenvolvedores e atendam melhor aos interesses das operadoras de telefonia.
Os sistemas Sailfish, da Jolla, e Tizen, Samsung e Intel, também entrarão na concorrência (ver matéria abaixo).
Firefox de navegador a sistema
Desde o início do congresso, o Firefox OS é uma das novidades mais comentadas pelos corredores do evento. O sistema de código-aberto foi totalmente desenvolvido baseado em HTML5. Essa tecnologia permite criar aplicativos que rodam na própria web, usando padrões abertos. O Firefox OS tem o apoio da operadora Telefônica e, no início do MWC 2013, ganhou o apoio de 17 operadoras, muitas delas grupos globais, além dos primeiros fabricantes.
A ZTE mostrou seu primeiro smartphone de baixo custo com o Firefox OS, o ZTE Open , que deve chegar às lojas de países da América Latina e Europa, como Colômbia, Espanha e Venezuela no final de 2013. A LG e a Sony, fabricantes ainda mais reconhecidas no mercado de smartphones, também anunciaram a intenção de lançar smartphones com o sistema da Mozilla. “Nós não temos todas as respostas, mas tivemos uma boa recepção ao Firefox OS e isso movimenta o ecossistema”, disse Mitchell.
A executiva da Mozilla não está sozinha no coro por mais opções de sistemas operacionais. É comum ver os internautas de sistemas operacionais menos populares reclamarem da demora no lançamento de um aplicativo, como o Instagram. Até o momento, ele está disponível apenas no iPhone e Android e a empresa não deve lançar uma versão nativa para BlackBerry .
“Queremos derrubar as paredes dos aplicativos. E ter um sistema competitivo contra o Android e também contra a Apple”, disse Mark Shuttleworth, fundador da Canonical, que gerencia o Ubuntu, sistema baseado em Linux para PCs que ganhará versões para smartphones e tablets e TVs neste ano.
Os primeiros smartphones com o Ubuntu, que tem design elegante que lembra o iOS, devem chegar ao mercado em outubro de 2013 . A Canonical liberou uma versão de testes do sistema, otimizada para rodar no Galaxy Nexus e Nexus 4, além dos tablets Nexus 7 e Nexus 10. Em entrevista recente ao site The Verge, a empresa afirma que uma grande fabricante trabalha em dois smartphones com o novo sistema.
Brasil Econômico
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