quinta-feira, 28 de fevereiro, 2013

Setor fonográfico cresce pela primeira vez desde 1999

A receita global do setor fonográfico aumentou pela primeira vez desde 1999, graças à grande expansão dos serviços de assinaturas e de downloads de músicas digitais. Embora as receitas tenham aumentado apenas 0,3%, para US$ 16,5 bilhões, a retomada do crescimento indica que o setor, enfim, começa a se recuperar do desmoronamento das vendas de CDs e da pirataria desenfreada que enfrentou nos últimos dez anos.
"O mercado mundial de música avançou no caminho da recuperação", disse Frances Moore, executiva-chefe da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), associação que reuniu os dados.
Moore ressaltou que a recuperação é "frágil" e que o mercado ainda é "prejudicado por músicas gratuitas ilegais", com um terço dos usuários de internet acessando regularmente sites não licenciados. "É um êxito duramente conquistado por um setor que inovou, batalhou e transformou-se ao longo de dez anos", afirmou.
Em 1999, quando as paradas eram lideradas pelos Backstreet Boys e por Britney Spears, e as receitas consistiam quase inteiramente de produtos físicos, como os CDs, a receita chegou ao pico de US$ 27,8 bilhões - quase 70% a mais que em 2012.
A receita de produtos físicos ainda está em queda - 5% abaixo aos US$ 9,4 bilhões de 2012. Essa perda, no entanto, agora é compensada pelo crescimento da receita digital com a loja virtual iTunes, da Apple; com sites de assinatura como o Spotify; com sistemas financiados por anúncios, como o YouTube, do Google; e por serviços de rádio digital, como o Pandora.
Em 2012, a receita digital subiu 9%, para US$ 5,6 bilhões, representando um terço das vendas do mercado. Os sistemas digitais tornaram-se a principal fonte de receita para as gravadoras em países como Índia, Noruega, Suécia e Estados Unidos.
Na semana passada, o "Financial Times" noticiou que o Google negocia com grandes gravadoras o lançamento de um serviço pago para reproduzir músicas em transmissão contínua, em que o arquivo não é baixado, para concorrer com empresas como Spotify e Deezer.
O número de pessoas que paga por serviços de assinatura subiu 44% em 2012, para 20 milhões. Cerca de 70% das vendas digitais ainda provêm do download de faixas de música, mas as assinaturas representaram mais de 10% da receita digital pela primeira vez.
A Enders Analysis prevê que os EUA podem ter um aumento de 50% na receita com serviços de assinatura neste ano. O Spotify prevê que pagará US$ 500 milhões às gravadoras em 2013, quase o mesmo que pagou no total desde que começou a operar, em 2008.
Valor Econômico
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