quarta-feira, 30 de janeiro, 2013

Sapato artesanal seduz parceiro internacional

Universitárias de publicidade, as irmãs Juliana e Camila Zago decidiram apostar na sapataria artesanal para conquistar a independência financeira. Apaixonada por calçados, Juliana se inspirou na veia empreendedora da família e chamou a irmã para abrir o próprio negócio.
Sem nenhuma experiência como estilistas, as jovens visitaram lojas do segmento para obter informação sobre modelos mais vendidos e tecidos interessantes. Com produtos atemporais, o grande segredo do negócio da dupla é que os sapatos são todos feitos à mão.
O investimento inicial de R$ 4 mil, vindo de um empréstimo oferecido pelo pai, foi destinado a compra dos materiais necessários para a confecção. Com o orçamento limitado, o local de produção era uma edícula da casa da família. “Com os R$ 4 mil, começamos a fazer as pilotagens e optamos pelo private label, já que não tínhamos ponto de venda e o capital era insuficiente”, explica Juliana.
Com o capital de giro mais elevado e a falta de espaço para a produção, as empresárias alugaram uma casa, onde realizavam pontas de estoque do excedente. Com poucas peças disponíveis, a cobrança das clientes por uma marca própria foi determinante para que elas decidissem abrir uma loja.
“Quando abri a loja em maio de 2008, deixei o private label. O produto artesanal faz com que a produção seja menor. Além disso, o preço repassado pelas grifes já não estava compensando”, explica diz, que defende que o processo foi importante para consolidar a imagem da Who’s Calçados.
Um dos pontos fortes da marca, segundo a empreendedora, é o reinvestimento constante. Conscientes da vulnerabilidade da economia global, a cada três meses as empresárias separam uma parcela expressiva dos ganhos destinada a uma reserva emergencial.
Saber sustentar um relacionamento próximo com o cliente também é outra característica louvável sinalizada pela empreendedora. Por outro lado, a necessidade de uma mão de obra qualificada torna difícil a capacidade de atender rapidamente a demanda crescente. “Nossa resposta, em termos de produção, é mais lenta do que a de marcas que trabalham com produtos industrializados. Optamos então por um crescimento mais lento e consistente com produtos exclusivos, de alta qualidade e preços acessíveis.Com uma oferta limitada foi mais difícil consolidarmos a marca”, pontua.
Entre os itens da loja, o sapato sob medida sai por R$ 830,00, enquanto os calçados na loja tem valor médio de R$ 600,00, mesmo valor do ticket médio. A média mensal de venda dos sapatos sob encomenda é de 120 pares.
Em 2013, a marca terá novos desafios. O primeiro deles será a parceria com uma loja de Londres, localizada na tradicional Maddox Street. A longo prazo, a pretensão é chegar às vitrines de Nova York. “Acredito que o produto será bem recebido no exterior. Quando você é reconhecido no exterior, você vira top do top no Brasil. Essa é a estratégia de agora”.
Além de São Paulo, a marca é encontrada em lojas no Rio de Janeiro, Juiz de Fora (MG), Foz do Iguaçu (PR), Goiânia, Belo Horizonte, Brasília, Vitória e Curitiba.
Brasil Econômico
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