O cafeicultor Masumi Kondo precisava de cobertor para dormir quando começou a cultivar a lavoura na região de Franca, interior de São Paulo, na década de 1970. Como o clima ficou consistentemente mais quente, ele agora usa um aparelho de ar condicionado.
Não só os fazendeiros reagem à mudança climática. A alta das temperaturas reduz a área adequada para as plantas da variedade arábica selvagem, a mais consumida.
Do Brasil ao Quênia e Etiópia, os agricultores estão partindo para terras mais elevadas e empregando novas tecnologias para manter a produtividade.
Nas próximas sete décadas, os locais onde as plantas arábica crescem naturalmente diminuirão em pelo menos 50 por cento, de acordo com relatório divulgado na quarta-feira pelos cientistas dos Reais Jardins Botânicos de Kew, na Grã-Bretanha.
A atual abundância do produto, que limita os preços ao redor do mundo, pode se reverter à medida que a mudança climática reduz o tamanho potencial das safras nos próximos anos.
“Preços baixos como os observados atualmente são risco maior do que a mudança climática nos próximos três anos’’, disse Geordie Wilkes, chefe de pesquisa da Sucden Financial. “Produtores na América Central estão tendo prejuízo. No longo prazo, a partir de 10 anos, a mudança climática será mais importante para o mercado.’’
Exame - 20/01/2019
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