quinta-feira, 26 de julho, 2018

Sites de compra e venda negociam desde grãos até máquinas agrícolas

A venda de produtos voltados para o mercado agrícola vem ganhando espaço em sites que unem vendedores e compradores interessados em fechar negócios, os chamados market places. É possível comprar desde insumos até máquinas agrícolas e grãos. Entre as empresas que estão apostando no setor está a OLX. “Decidimos fazer melhorias no produto, com a criação de uma categoria específica para adaptá-lo ao mercado agrícola, depois que identificamos o aumento de vendas nesse segmento entre os usuários em dezembro do ano passado”, conta diretor de estratégia da OLX Brasil, Bruno Valle.As vendas de máquinas agrícolas por meio da plataforma cresceram 79% no segundo trimestre deste ano em relação ao anterior, de 2,7 mil máquinas para 4,8 mil. A movimentação financeira aumentou 79% no período, para R$ 122,4 milhões. Os tratores são os produtos do segmento mais procurados na plataforma, que registrou a venda de 1,5 mil unidades, ou 17 tratores por dia, no primeiro trimestre deste ano. O Estado de São Paulo concentrou 18,4% das vendas de produtos agrícolas por meio da OLX, seguido do Paraná, com 14,6%, e do Rio Grande do Sul, com 11,4% dos negócios.“A gente vê um grande potencial de crescimento pela frente. Trata-se de um setor muito representativo para a economia e a atuação da plataforma online neste mercado acaba de começar”, avalia.O volume de máquinas vendidas pela plataforma ainda é pequeno em comparação ao mercado convencional, que negociou 42,3 mil unidades no ano passado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor movimentou R$ 13,5 bilhões em 2017 e deve crescer 8% neste ano, amparado pela valorização dos preços das commodities e pelo câmbio. “As condições estão bastante favoráveis, com juros semelhantes aos do ano passado e crédito adequado”, diz o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão. Para ele, a venda online de máquinas e implementos ainda é incipiente. “É um nicho mais focado em produtos usados e que envolve produtores que não estão interessados em renovar maquinário”, avalia. Conforme Estevão, o sistema tradicional de compra de máquinas em revendas tem vantagens, como aceitar as antigas como parte do negócio e o acesso a linhas de crédito oficiais, como o Moderfrota. Na safra 2017/2018, o financiamento de itens usados por meio da linha de crédito chegou a R$ 1,1 bilhão em 2017. “Por enquanto, acredito que seja um negócio mais focado em produtos de menor valor, mais fáceis de serem comercializados na internet”, avalia, ressaltando a necessidade de cuidados quanto ao estado de conservação das máquinas usadas a serem adquiridas. “Mas acredito que toda a ferramenta é bem-vinda.” Commodities Na Central Brasileira de Comercialização (CBC) o foco são as commodities. Com experiência de 40 anos no setor à frente da União Corretora, Francisco Lavor lançou a plataforma, que permite a interação direta entre vendedores e compradores, em 2015. “Percebemos que estávamos perdendo a efetividade dos negócios usando o telefone”, diz. “E o market place reduz os custos, desonera a cadeia e tem maior eficiência do que o sistema convencional”, justifica.O primeiro produto negociado foi o leite em pó e, atualmente, o milho é item mais ofertado, mas também são negociados outros grãos, propriedades, máquinas e insumos, em um total de 500 produtos cadastrados. “A gente mira muito na agricultura familiar, que não tem o respaldo de uma estrutura para comercialização”, afirma o fundador da plataforma.Para ele, o maior desafio é mudar o hábito dos produtores, acostumados com a venda tradicional, por telefone. “O céu é o limite para os negócios, mas para isso é preciso quebrar esse paradigma.”
DCI - 26/07/2018
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