segunda-feira, 24 de abril, 2017

Franquias focadas apenas no delivery dobram de tamanho entre 2012 e 2016

São Paulo - As redes de alimentação voltadas exclusivamente ao delivery têm ganhado relevância no setor de franquias nos últimos anos. O número de franqueadoras praticamente dobrou de 2012 até o ano passado, enquanto o faturamento cresceu mais de 115%, no mesmo intervalo, chegando a R$ 567 milhões em 2016.
Os dados foram levantados pela consultoria especializada no ramo, Rizzo Franchising. "O modelo de negócios começou a ganhar relevância por algumas razões: o consumidor tem saído menos para comer fora de casa com a crise; há um problema de trânsito e segurança nas grandes cidades, que também inibi esse movimento; e existe ainda uma modificação nos hábitos do brasileiro, que cada vez mais busca a conveniência", afirma o presidente da consultoria, Marcus Rizzo.
Apesar da alta expressiva vista pelo segmento, inclusive acima da média do mercado de franchising, o especialista pondera que o resultado se deu, em parte, pela base comparativa muito baixa. "À medida em que o valor for aumentando, a tendência é que esse percentual de crescimento comece a diminuir."
Custos menores
De acordo com o executivo, outro ponto que torna a operação atrativa, do ponto de vista do investidor, são os custos consideravelmente menores, em comparação com uma franquia tradicional do ramo de alimentação. Rizzo explica que tanto o investimento inicial desse tipo de franquia quanto as despesas operacionais tendem a ser menores. "O aporte é inferior porque não há a necessidade de ter um ponto de venda em uma praça de alimentação, por exemplo. É possível colocar em uma rua secundária, e ainda assim ter uma boa visibilidade da marca", afirma.
Em relação as despesas operacionais, ele diz que a redução se dá por conta do negócio não exigir um gasto tão elevado com atendimento e manutenção da loja. Os dois fatores somados fazem, na visão do executivo, com que o prazo de retorno do aporte possa ser relativamente mais curto.
Os fatores citados pelo consultor são comprovados pela rede de delivery Dídio Pizza. O presidente da empresa, Elídio Biazini, afirma que os custos operacionais e de ocupação são menores por alguns motivos: primeiro, há uma facilidade maior para ocupar pontos de venda que outras franquias não teriam interesse, por exemplo, imóveis de esquina (já que não há a necessidade de um estacionamento).
Ele diz ainda que como o foco não é o "atendimento no balcão, no ponto de venda ficam apenas o franqueado e o caixa. Não precisa ter o serviço: garçons e uma equipe grande de limpeza", afirma.
O empresário diz que prazo de retorno do investimento gira em torno de um ano e oito meses, enquanto o tempo para atingir o ponto de equilíbrio (igualar as receitas e despesas) é, em média, de seis meses. Já o aporte inicial é de R$ 340 mil, considerando o capital de giro e a taxa de franquia.
Para este ano, a empresa, que possui 26 unidades em operação, pretende abrir mais oito pontos de vendas e crescer em torno de 16% no faturamento (ano passado o montante girou em torno de R$ 30 milhões e houve uma alta de apenas 1%). Em termos de estratégias, Biazini afirma que o foco principal será nas plataformas digitais. "Queremos fortalecer nossas vendas on-line, que já representam 30% do total, e estamos prestes a lançar o nosso 'chatbot', para que o cliente possa realizar o pedido pelo Facebook", diz.
Ele acrescenta que o piloto do 'chatbot' será lançado dentro de duas semanas e que o objetivo da companhia, até o final de 2018, é que as vendas através de plataformas digitais passem a representar 50% de todo o faturamento da rede.
A companhia, que atua hoje exclusivamente pelo delivery, afirma que não tem planos de adotar a comercialização no ponto de venda. Pelo contrário, o presidente da rede conta que ano a ano a empresa vem reduzindo o espaço de atendimento nas unidades. "O tamanho hoje não ultrapassa os 4 m². Há cerca de seis anos o espaço era três vezes maior. Nosso negócio é o delivery e vamos focar cada vez mais nisso. Para se ter uma ideia, a venda no balcão representa hoje apenas 15% do faturamento total", finaliza o empresário.
DCI - 24/04/2017
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