quarta-feira, 08 de junho, 2016

Lucro da São Martinho caiu 32% na safra

A estratégia de concentrar as vendas de etanol na segunda metade da safra - aliada ao bom momento do setor sucroalcooleiro por causa da recuperação dos preços do açúcar e do biocombustível - turbinou os resultados da sucroalcooleira São Martinho no quarto trimestre da temporada 2015/16, encerrada em março.
No período, a companhia obteve um lucro líquido de R$ 68,9 milhões, 21,9% acima do mesmo período da safra anterior. Esse resultado contribuiu para que a São Martinho encerrasse o ciclo com lucro líquido de R$ 194,3 milhões. Mas o resultado foi 32% inferior ao da safra precedente.
Em entrevista ao Valor, Fábio Venturelli, presidente da São Martinho, disse que essa diminuição reflete uma "normalização" dos resultados, já que na safra passada a companhia obteve um ganho não recorrente ao vender sua participação na Agropecuária Boa Vista. "Se desconsiderar isso, o lucro está em linha com o que esperávamos para a safra", afirmou o executivo.
A receita do último trimestre refletiu especialmente a elevação dos preços do açúcar, saltando 23,3%, para R$ 438,8 milhões. Desse total, R$ 392,2 milhões foram provenientes das vendas do produto, uma alta de 13% ante igual período da safra anterior.
A estratégia de segurar etanol para vender no fim da safra foi mantida, embora de forma menos intensa do que no ciclo anterior, época em que o retorno da Cide sobre a gasolina gerou forte otimismo no setor. "Desta vez, dividimos [as vendas] com o terceiro trimestre", explicou Felipe Vicchiato, diretor financeiro da São Martinho.
Na safra 2015/16, a receita líquida da empresa cresceu 20%, alcançando R$ 2,8 bilhões. As vendas de etanol hidratado (que compete com a gasolina) geraram um faturamento de R$ 501,9 milhões, alta de 16,5%.
Já a geração de energia elétrica a partir de biomassa não contribuiu positivamente para a receita da safra, afetada por uma medida do governo no início de 2015 que reduziu o preço máximo de referência para o mercado de energia no curto prazo, disse Vicchiato.
Com esse resultado, o foco da companhia agora é diminuir a alavancagem, que teve ligeira redução no último trimestre. A relação entre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado e a dívida líquida encerrou março em 2,1 vezes, ante 2,2 vezes no mesmo mês de 2015. A meta, segundo Venturelli, é levar essa relação para 1,5 vez.
O único investimento que a companhia fará nesta safra é na expansão da Usina Santa Cruz, já anunciada em 2015. A empresa concluirá este ano o aporte de R$ 60 milhões para elevar a capacidade da planta, de 4,5 milhões de toneladas para 5,2 milhões de toneladas de cana. A mudança estará pronta para a safra 2017/18.
Valor Econômico
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