terça-feira, 21 de junho, 2016

Food Service Registra seu Pior Momento

A crise no setor de alimentação, que teve início no último trimestre de 2014 e agravamento no segundo semestre do ano passado, segundo dados da Abrasel(Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), parece ter atingido o seu momento mais dramático no primeiro trimestre de 2016. Segundo a Pesquisa de Conjuntura Econômica do Setor de Alimentação Fora do Lar, realizada pela associação, 34% das empresas afirmam estar operando com prejuízo, fato recorrente e que vem crescendo a cada edição da pesquisa. Antes de chegar a esse número, o prejuízo começou com 5% no último trimestre de 2014, foi a 15% no primeiro trimestre de 2015 e rondou os 25% do segundo ao quarto trimestre de 2015.
Readequação
De todo o orçamento que o brasileiro destina à alimentação, em média, um terço é gasto com alimentação fora do lar, o que significa que o consumidor não abandonou os bares e restaurantes, mas, sim, readequou sua faixa de gastos. Enquanto os estabelecimentos com tíquete por cliente na faixa de R$25 a R$70 apresentam queda de faturamento de até 30%, os com tíquetes abaixo de R$15 chegam a faturar até 15% a mais. Para a Abrasel, é importante observar que a maior parte desta queda deve-se a uma sazonalidade histórica, na qual o primeiro trimestre do ano apresenta uma redução média de 6% em relação ao último trimestre do ano anterior.
Custo Operacional x Inflação
A pressão dos consumidores por preços mais acessíveis não tem permitido que o setor repasse os aumentos de custos na totalidade, o que pressiona o resultado das empresas. A consequência disso é que 79% das empresas informa que seus custos operacionais continuam subindo acima da inflação geral do país. Para os outros 13%, o aumento de custos acompanha a inflação. Chama a atenção também o crescimento de 23% da parcela das empresas que estão registrando prejuízos superiores a 5%. A boa notícia é para os consumidores que, com o agravamento da crise, os preços praticados pelo setor caíram 1,33%, a metade da inflação medida pelo IPCA no primeiro trimestre de 2016 (2,62%).
Pressão da Concorrência
A análise de concorrência com o recorte de localização na rua ou em shopping center deixa evidente a maior pressão da concorrência em shoppings centers, com 58% enxergando aumento, enquanto nas empresas de porta para rua, a percepção de aumento fica em 44%. Isso também influencia na decisão dos empresários em dar continuidade, ou não, ao seu negócio. Dos empresários questionados quanto as perspectivas de manutenção do negócio nos próximos 12 meses, 19% prevêem se desfazer do seu negócio, ou seja, um em cada cinco entrevistados. Na pesquisa do quarto trimestre de 2015, o número de interessados em se desfazer do negócio foi menor, 16%.
Previsão Para 2016
A grande maioria dos empresários acredita que seus custos operacionais encerrarão 2016 com crescimento acima da inflação. Além disso, o agravamento da crise no segundo semestre de 2015 fez com que 66% dos empresários passassem a prever um 2016 pior. Por outro lado, se antes apenas 10% previam um ano melhor, desta vez 16% responderam que acreditam que o ambiente de negócios vai melhorar em 2016.Mais da metade dos empresários (55%) acredita que o faturamento do seu negócio este ano será pior que em 2015 - o pessimismo é sentido em todas as regiões em intensidade similar.A associação continua mantendo a sua previsão de que o ano de 2016 apresentará um crescimento real nulo e um crescimento nominal da ordem de 7,5% em um setor que retomará de forma lenta o crescimento a partir do terceiro trimestre e encerrará o ano com um faturamento de R$ 160 bilhões.
Giro News - 21/06/2016
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