sexta-feira, 28 de outubro, 2016

Produção de algodão deve crescer em 2016/17

São Paulo - A Bahia deverá ter uma leve recuperação na produção de algodão na safra 2016/2017, após uma quebra neste ano por conta da seca intensa no oeste do estado, que detém até 98% da cultura local.
No começo deste ciclo eram esperadas até 380 mil toneladas de pluma. Entretanto, a produção no ano foi de apenas 235 mil toneladas.
"A falta e de chuva, o preço reprimido internacionalmente, e a estagnação do consumo da fibra foram os grandes problemas enfrentados nesta safra e os principais responsáveis pela redução de área", afirma em nota a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
Na avaliação do analista do da Consultoria Safras & Mercados, Cezar Marques, a produção no estado deve variar entre 235 mil toneladas a 250 mil toneladas de algodão.
"Como houve um problema de clima, mesmo com a redução da área, é possível que a produtividade seja melhor", ressaltou Marques.
O analista da Safras & Mercados diz que muitos produtores migraram para o cultivo de soja e milho, com preços em patamares elevados, para superar os prejuízos com a seca e a margem de ganho apertada. "Como a gente teve uma quebra de safra na Bahia, e uma quebra pequena no Mato Grosso, de 5% a 10%, houve uma substituição por soja e milho, o que deve acontecer também no Mato Grosso", ressaltou sobre 2016/2017.
A área cultivada deve ser reduzida de 234,2 mil hectares para 202,2 mil hectares, segundo avaliação da Abapa.
Agora, os cotonicultores baianos passam pelo vazio sanitário, quando são retiradas as plantas ainda vivas da área de cultivo. Esse período começou em 20 de setembro e vai até o dia 20 de novembro e tem como objetivo a eliminação de pragas, a exemplo do bicudo.
Segundo a associação, o índice da incidência do bicudo algodoeiro caiu em 80% com uma campanha de controle fitossanitário, reduzindo de 22 para 12 o número de aplicações médias.
Mato Grosso
No Mato Grosso, maior estado produtor de algodão do País, é esperada uma redução da área de plantação. No período 2015/2016, foram cultivados 612 mil hectares de algodão, com uma produção de 897 mil toneladas de pluma.
Para o próximo período, o presidente Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Gustavo Piccoli, há uma tendência de redução por conta da margem apertada de lucro.
A associação acredita que a área de plantio será de 601 mil hectares em 2016/2017.
Com a redução da área plantada nos estados líderes de produção, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que serão 976,2 mil hectares para a plantação de algodão no ano que vem. A estimativa é de uma produção de 1,38 milhão de toneladas de algodão no período, retração de 11,1% sobre os 1,65 milhão de toneladas desta safra.
Cenário externo
Em 2015, o consumo mundial superou a produção, o que não ocorria desde 2009. No ano passado, foram produzidas 21,8 milhões de toneladas, ante um consumo de 23,6 milhões, segundo dados do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (IAC).
Porém, para Cezar Marques, da Safras & Mercados, "mesmo com a demanda aquecida pelo algodão, o mercado não tem demonstrado força para operar acima de 71 centavos por libra-peso, o que seria a primeira resistência a curto prazo para o mercado ganhar força".
DCI
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