quinta-feira, 16 de julho, 2015

JBS começará a erguer nova planta no Paraguai

De olho na expansão do rebanho bovino do Paraguai, a JBS planeja colocar em operação em setembro de 2016 o terceiro frigorífico no país, o primeiro a ser construído a partir do zero pela empresa na América do Sul, com capacidade para abater 1,2 mil animais por dia. O projeto foi anunciado no ano passado e as obras devem começar na primeira quinzena de agosto.
A nova unidade ficará em Belén, no departamento de Concepción, disse ontem o presidente da divisão JBS Mercosul, que inclui as operações de bovinos no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, Miguel Gularte. As duas plantas em funcionamento no país, em Assunção e em San Antonio, podem abater, somadas, 1,5 mil cabeças por dia mas vêm operando num ritmo de 1,3 mil.
O investimento será de US$ 100 milhões, e a JBS estuda se utilizará só recursos próprios ou também linhas de crédito locais. A empresa já negocia a aquisição de bois com os produtores e pretende iniciar em seguida a contratação de funcionários para treinamento nos frigoríficos em operação. Serão 800 empregados.
Segundo Gularte, 85% da produção paraguaia de carne bovina é exportada, e os embarques totais do país saltaram de US$ 65 milhões em 2005 para US$ 1,2 bilhão em 2014, mas a empresa avalia que o mercado interno também é "atrativo" pois o rebanho local soma 14 milhões de bois e o número de médios e grandes frigoríficos não passa de 12.
No Brasil, a escassez de bovinos fez a JBS suspender as operações de quatro frigoríficos em maio e junho, sendo três em Mato Grosso e um em Roraima, mas não há planos de novas paradas, afirmou Gularte. "São paralisações temporárias", disse, sem precisar quando as unidades devem retomar as operações.
Segundo ele, grandes importadores de carne do Brasil como Rússia, Venezuela, Hong Kong e Europa enfrentaram "turbulências" no primeiro semestre, mas as exportações começaram a se recuperar na metade de junho. "A Rússia voltou a importar e a abertura da China já começou a ter repercussão". Para o mercado interno, Gularte prevê estabilidade de consumo e preços no segundo semestre, mesmo que a alta das exportações reduza "um pouco" a oferta. "Pode ter pode ter uma alta sazonal temporária em alguns produtos, mas não movimento constante".
Gularte disse ainda que a JBS mantém os investimentos na Argentina apesar das restrições às exportações impostas pelo governo local e tem um programa de aportes "expressivo" no país em 2015. De acordo com ele, nos últimos dois a três anos a empresa concentrou as operações das quatro plantas no país apenas na unidade de Rosário, que abate 1,8 mil bovinos por dia e no fim do ano deve chegar a 2,2 mil, volume equivalente à produção anterior dos quatro frigoríficos.
Valor Economico
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