quinta-feira, 17 de dezembro, 2015

Cacau Show muda para 'laçar' consumidor

A fabricante e varejista de chocolates Cacau Show faz mudanças na linha de produtos, na sua infraestrutura e no modelo de vendas para tentar recuperar em 2016 o ritmo de vendas registrado ao longo da década, de 25% ao ano.
Em 2015, a receita cresce 11%, estima o fundador e presidente da companhia, Alexandre Costa - resultado invejável, diante de uma economia em recessão. No ano passado, a Cacau Show e suas franquias registraram receita de R$ 2,4 bilhões. A previsão era chegar a R$ 3 bilhões neste ano, mas devem faturar R$ 2,66 bilhões. A empresa é de capital fechado e não divulga a última linha do balanço. "Este foi um ano bastante desafiador. Não chega a ser ruim, considerando o momento atual da economia, mas esperava um resultado melhor neste ano", afirmou Costa.
Uma das estratégias para acelerar o processo de expansão é a entrada no mercado de sorvetes. A companhia investiu R$ 5 milhões na fabricação própria da linha, que começa a chegar às lojas neste mês. A empresa já possuía uma linha de sorvetes em pote, fabricada por terceiros. Aposta agora em sorvetes no palito. "O consumo do sorvete no pote exige o uso das duas mãos. O palito facilita o consumo", disse Costa.
O executivo estima que a linha de sorvetes possa atingir 15% das vendas nas lojas ao longo de 2016 e pode ajudar as franquias a manter o ritmo de vendas fora dos períodos de pico, como Natal, Páscoa e Dia dos Namorados. Serão produzidos seis sabores, sendo quatro feitos com chocolate. No próximo ano, a companhia também vai reforçar as linhas de cafés e fondue.
Costa disse que o varejo precisa fazer esforços extras para atrair o consumidor de volta às lojas. Ele observou que o fluxo de visitantes em shoppings caiu 2,96% em novembro, segundo a associação do setor. Das 2 mil lojas que a Cacau Show tem, 43% estão em shoppings. "A situação é desafiadora, o varejo precisa pegar o consumidor no laço", disse.
Considerando a redução do tráfego de pessoas em shoppings, a Cacau Show abriu há três meses uma operação de venda direta. Atraiu 3 mil revendedoras em todos os Estados. Elas se abastecem nas lojas de franquia para fazer a entrega porta a porta. A estimativa é que as vendas diretas sejam 25% do faturamento até 2018. Até o fim de 2016, a meta é chegar a 30 mil revendedoras.
A empresa também constrói um novo centro de distribuição ao lado do complexo atual que mantém em Itapevi (SP), com 57 mil metros quadrados de área e capacidade para 23.772 posições-pallets. A capacidade atual é de 15 mil posições-pallets. Costa diz que a transferência do estoque para o novo centro vai abrir mais espaço para ampliar a fábrica no longo prazo. O complexo é capaz de abastecer 3 mil lojas. A meta é dobrar a capacidade, no longo prazo.
Neste ano, a empresa abriu 253 lojas, chegando a 2 mil. Para 2016, a previsão é abrir mais 233. Do total de lojas já abertas, 35 são unidades da própria Cacau Show e o restante são franquias. Costa disse ver espaço para abrir unidades no Nordeste e no Norte e em shoppings de grandes capitais onde ainda não está. O investimento total nos novos projetos, que inclui o novo centro de distribuição, a fábrica de sorvete e outras melhorias, soma R$ 100 milhões. O aporte será feito com recursos próprios, segundo Costa, em dois anos.
Valor Economico
Produtos relacionados
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP