quarta-feira, 23 de julho, 2014

Mercado musical deve passar por expansão

SÃO PAULO - Após a invasão de importadores e certa estagnação nos últimos anos, o mercado de música - desde a venda de instrumentos musicais até a instalação de equipamentos sonoros em empresas e eventos - deverá movimentar cerca de R$ 750 milhões no Brasil este ano. Contudo, há um clima de otimismo e a previsão é que o cenário acelere nos próximos anos, graças ao fomento da música na grade escolar do País, que deve começar a ter regras claras.
O período de maior efervescência pode acontecer e, conforme o presidente da Associação Brasileira da Música (Abemúsica), Synésio Batista da Costa, deve-se à perspectiva do atendimento as 170 mil escolas no País, com 23 milhões de alunos com potencial de iniciação musical. Ele acredita que uma mudança tem sido desenhada pelo Ministério da Educação (MEC) e poderá permitir que empresários e especialistas do ramo apostem em uma nova onda de crescimento no País.
"A gente já tem música nas escolas, mas faltam regras e o MEC está trabalhando com afinco nisso, é preciso reconhecer. A música na escola representa um salto que tanto atenderá a indústria nacional, quanto qualquer ambiente de importação", ressaltou. Segundo ele, a entidade busca promover audiências públicas para mostrar às pessoas como é preciso agir para negociar com o governo, em termos de licitações.
Outro destaque envolve debates com ministros como os da Educação e da Indústria e Comércio para debater critérios técnicos na definição dos instrumentos musicais mais adequados para cada idade escolar. "Estamos oferecendo sugestões, fruto de um trabalho técnico coordenado em reuniões com especialistas e técnicos do setor, que se fundamentaram na construção de módulos adequados às faixas etárias, elenco de produtos apropriados para o ensino de música, de fácil manuseio, atendendo as tendências musicais e idades", ressaltou Batista da Costa.
Super Simples
O comércio varejista do segmento é pulverizado e 5.525 lojas que comercializam instrumentos musicais optam pelo Super Simples. Isso comprova o impacto de pequenos e médios empresários revendedores no ramo. O estudo do Sebrae "Sobrevivência das Empresas no Brasil" aponta que o segmento lidera o ranking do comércio entre as empresas que mais sobrevivem aos dois primeiros anos do negócio - a taxa de sobrevivência de 89% (a média nacional é de 76%).
"O mercado de instrumentos musicais é um segmento de comércio bem específico. Esse não é um setor com um grande volume de vendas mensais. No entanto, o público consumidor da área normalmente é cativo", afirmou o gerente da Unidade de Atendimento Coletivo de Comércio e de Serviço do Sebrae Juarez de Paula. Ele ressalta que para empreender nessa área é preciso avaliar, de forma cuidadosa, o ingresso nesse mercado. "Deve fazê-lo com segurança, principalmente considerando a dimensão do mercado e o número de concorrentes".
Juarez de Paula destaca ainda que o Sebrae dá orientações e o passo a passo para a abertura do negócio. "Apoiamos também as empresas no processo de aproximação com parceiros e clientes, tornando o negócio mais competitivo e lucrativo. Temos uma cartilha com todas as dicas voltadas especialmente para quem quer investir no setor de instrumentos musicais. O Sebrae conta com uma rede de 700 pontos de atendimento físico, um call center (0800 570 0800) e um portal que auxiliam os empreendedores em todas as fases do negócio".
Importação em alta
Ao DCI, o Chairman da gigante Pride Music, Mauro Martins, disse que a previsão este ano é, sim, de negócios aquecidos. Considerada como uma das maiores importadoras e distribuidoras do setor no País, ao comercializar marcas de renome mundial como por exemplo Fender, a Pride deverá movimentar este ano cerca de R$ 80 milhões, acima dos R$ 70 milhões obtidos em 2013.
Martins acredita que há uma mudança no cenário musical de âmbito mundial, em que as empresas e pessoas têm buscado se adaptar às novas tecnologias e, ao contrário do que se imaginava há alguns anos, o setor de música tem ampliado a atuação, ao invés de ser engolido pelos downloads na internet. Boa parte disso por conta também do mercado de entretenimento, ele fez questão de ressaltar.
"Informações do cenário econômico indicam que o mercado de instrumentos musicais e de áudio, como um todo, deve envolver cerca de R$ 1,5 bilhão no País. Com o aumento da busca de música e o interesse do público pela prática de tocar algum instrumento, seja para vivenciar isso de maneira profissional ou apenas como hobby, eu acredito que o Brasil tem muito a crescer, sim. Somos um país bastante musical, logo é possível ter essa perspectiva bem otimista", declarou.
A Pride conta com um depósito de 4 mil metros quadrados e envolve cerca de 100 funcionários. Além da venda de guitarras, violões, bongôs, fones, amplificadores, baterias e outros itens, a empresa aposta em equipamentos de produção sonora para festas e eventos. "Também fomos fornecedores de vários acessórios para as apresentações de abertura da Copa do Mundo este ano no Brasil", comentou o empresário, reforçando que é preciso atuar em vários segmentos e a prestação de serviços deve ser de alto nível para manter a clientela fiel.
Diário Comercio Indústria & Serviços - 22/07/2014
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