sexta-feira, 14 de março, 2014

Suzano: Investimento de 2014 ficará em R$ 1,75 bilhão, queda de 33%

A Suzano Papel e Celulose planeja investir R$ 1,75 bilhão em 2014, montante 33% inferior aos R$ 2,62 bi lhões aportados no ano passado. De acordo com o presidente da companhia, Walter Schalka, cerca de R$ 600 milhões desse montante se referem ao projeto da nova fábrica de celulose do Maranhão, que entrou em operação em 30 de dezembro.
Julio Bittencourt/Valor
Concluídos os desembolsos com o projeto, o investimento normalizado em manutenção da Suzano deverá girar em torno de R$ 1 bilhão por ano.
Ainda em relação à nova fábrica de celulose, a Suzano informou que os investimentos no projeto industrial, anteriormente estimados em US$ 2,3 bilhões, ficaram 4,4% acima desse valor, alcançando cerca de US$ 2,4 bilhões. “Isso reflete em parte o câmbio e em outra parte o custo com mão de obra”, explicou Schalka, durante teleconferência de resultados na manhã desta sexta-feira.
A despeito de uma parte do investimento no Maranhão ter “escorregado” para 2014, assim como os desembolsos relativos ao projeto, a expectativa da direção da Suzano é a de que o fluxo de caixa seja positivo em 2014. “Vamos trabalhar para reduzir gradativamente a alavancagem, à medida que a fábrica do Maranhão começa a gerar caixa”, acrescentou. “O foco está na redução da alavancagem”.
O executivo informou ainda que a companhia está olhando “oportunidades” de expansão de sua base florestal tanto no Maranhão quanto na Bahia, porém não deu detalhes de eventuais negociações que estejam em andamento.
Aumento da celulose
A Suzano tem encontrado dificuldades para aplicar o aumento de preços anunciado para a celulose de fibra curta a partir de janeiro, de acordo Schalka. Naquele mês, o preço de referência da Suzano passou a US$ 820 por tonelada na Europa, US$ 720 a tonelada na China e US$ 880 a tonelada na América do Norte.
“Há dificuldades para implementar esses preços e o Foex [índice de preço da consultoria finlandesa Foex] está estável há cerca de 90 dias”, disse o executivo. “A oferta global cresce, com a entrada em operação da fábrica da Suzano no Maranhão e outras unidades.”
Em sua avaliação, é improvável que os preços da celulose encontrem espaço para uma alta significativa nesse cenário de aumento de oferta global. “Estamos enfrentando dificuldades para implementar os preços, mas vamos buscar patamares melhores. Os preços de hoje não remuneram o acionista de maneira adequada.”
Nesse sentido, ressaltou Schalka, a Suzano não descarta recorrer a paradas administrativas (ou mercadológicas) de fábricas de celulose, com vistas a recuperar as margens do negócio. No ano passado, a companhia suspendeu temporariamente a produção em duas fábricas menores de papel — Embu e Rio Verde —, com o objetivo de melhorar as margens, sobretudo na exportação de papel. A iniciativa foi bem-sucedida.
Eucalipto transgênico
A FuturaGene, empresa de biotecnologia que pertence à Suzano Papel e Celulose, submeteu em 16 de janeiro à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) um pedido para aprovação do plantio e uso comercial de eucalipto transgênico.
De acordo com Schalka, os testes encampados pela FuturaGene com organismos geneticamente modificados mostraram um ganho de produtividade de 20% em relação ao clone tradicional de eucalipto.
Questionado sobre os prazos estimados, Schalka disse que não há como traçar um cronograma, uma vez que o processo está nas mãos da CNTBio. O executivo afirmou, contudo, que a companhia pretende iniciar o plantio de eucalipto geneticamente modificado em São Paulo, a partir do momento que houver aprovação das atividades.
Valor Econômico - 14/03/2014
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