quarta-feira, 17 de dezembro, 2014

Produção tem segundo ano de queda

A produção de chocolates no Brasil deve terminar 2014 em queda, pelo segundo ano consecutivo. De janeiro a setembro, o setor recuou 2%, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). A estimativa da entidade aponta para estabilidade no quarto trimestre, período que engloba a fabricação de produtos para o Natal, segunda melhor data para o mercado após a Páscoa.
Em 2013, a produção do setor teve leve queda de 0,5%, para 530 mil toneladas. "Por mais que tenhamos feito evoluções em produtos, campanhas, melhorado a distribuição, ações na Copa do Mundo, será novamente um ano sem crescimento", diz Fonseca. O executivo aponta o cenário econômico, de baixo crescimento e inflação alta, como o vilão. No início do ano, havia uma expectativa de recuperação da indústria, por conta da Páscoa tardia, em 20 de abril, e da Copa do Mundo.

Os preços dos chocolates em barra e bombons subiram principalmente na segunda metade do ano. A inflação da categoria atingiu o pico de 7,58% nos doze meses terminados em outubro, acima do IPCA geral.
A Abicab não faz projeções, mas o cenário para 2015 não é mais animador, segundo Fonseca. "Eu, pessoalmente, acho que vai ser novamente um ano difícil. Economicamente não se mostra um ano de muita euforia, pois haverá muitos ajustes na economia", afirma. Depois de passar de 350 mil toneladas para 532 mil toneladas entre 2009 e 2011, o setor perdeu fôlego e estacionou nesse patamar. O Brasil é o terceiro maior mercado de chocolates do mundo, após Estados Unidos e Alemanha.
A fabricação de chocolates premium, usado como presente no Natal, é a que mais deve crescer neste fim de ano. A categoria ainda é pouco representativa, mas é a que mais cresce. No ano passado, respondeu por cerca de 30 mil toneladas do total. As empresas que atuam nesse nicho devem crescer de 10% a 15% neste fim de ano, segundo Fonseca.
A maioria do chocolate premium consumido no Brasil, no entanto, é importado. É o caso da Lindt, que abriu em julho sua primeira loja no Brasil, em São Paulo. A entrada no varejo foi desenhada por uma joint venture criada em março pela empresa suíça e a brasileira CRM, dona da Kopenhagen. A Abicab mapeou 3,2 mil lojas de chocolate premium no país este ano e prevê que o segmento mais que dobre de tamanho até 2020, com 7,3 mil unidades.
Valor Economico
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