segunda-feira, 20 de janeiro, 2014

Não planejei sucesso, diz presidente da Kimberly-Clark Chile

São Paulo – A rotina da primeira mulher brasileira a assumir uma presidência na multinacional Kimberly Clark anda para lá de agitada. “Estou trabalhando por volta de 14 horas por dia”, diz Ana Paula Bógus, que há pouco mais de três meses está no comando da operação da empresa no Chile, a quinta maior da Kimberly-Clark na América Latina.
Aos 39 anos e há 5 anos na empresa, ela sabe que sua ascensão profissional foi rápida, mas diz que o sucesso não foi planejado. Antes, ele veio como consequência. “O que fez a diferença foi a minha naturalidade, meu jeito de lidar com as pessoas”, diz a executiva.
Ela é formada em administração de empresas pela PUC de São Paulo, pós-graduada em economia internacional e tem MBA pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Antes de trabalhar na Kimberly- Clark, Ana Paula trabalhou sete anos na Nestlé.
Da sua sala em Santiago, capital chilena, ela conversou com EXAME.com por telefone e falou sobre a sua carreira, as mudanças na sua trajetória – que começou no mercado financeiro -, a vida como expatriada e os desafios de ser mulher e presidente de uma grande empresa. E não são poucos. A executiva conta que foi barrada em um grupo de networking de presidentes de empresa no Chile, só por ser mulher. Confira os principais trechos da entrevista:
EXAME.com: Quando começou a sua carreira, a senhora imaginava que chegaria à presidência de uma multinacional? Este algum dia foi o seu objetivo?
Ana Paula Bógus: Isso nunca foi planejado, acho que é por isso que cheguei aonde cheguei. O que fez a diferença foi a minha naturalidade, meu jeito de lidar com as pessoas, de tratar todos da mesma maneira. Chegar à cadeira de gerente geral foi uma consequência.
EXAME.com: Seu início de carreira foi no setor bancário, a senhora passou 7 anos trabalhando no mercado financeiro até partir para área negócios. O que a levou a essa transição na carreira?
Ana Paula Bógus: Comecei a trabalhar em banco como secretária no Bamerindus. E, depois, entrei no programa de estágio. O que eu mais gostava era a parte de relacionamento com clientes, trazer lucro por meio do vínculo com o cliente. Saí da área bancária porque consegui uma bolsa e fui fazer MBA de um ano e meio nos Estados Unidos. Lá, conheci o gerente de supply chain da Nestlé na época que sempre me dizia que eu tinha que sair de banco.
O mercado financeiro é solitário. Para você estar bem e receber um bônus alto, alguém tem que estar mal e receber bônus menor. Isso me incomodava. Na indústria isso não acontece. Se for bem, todos vão bem. Conversei com ele sobre isso e acabei entrando na Nestlé, ainda sem posição. Achei que era a hora de mudar. Fiquei como trainee de gerente e fui para a área comercial. Fiquei sete anos, antes de ir para a Kimberly-Clark.
Exame - 17/01/2014
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP