Tuesday, August 04, 2020

Pfizer inicia teste de vacina com voluntários no Brasil

Os testes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech começam nesta quarta (5) no Brasil. As doses serão aplicadas em quinze voluntários na cidade de São Paulo no primeiro dia. Na quinta (6), outros 20 selecionados receberão doses do imunizante em desenvolvimento. E, na sexta, mais 15 pessoas terão acesso à vacina na capital paulista. Esta é a terceira vacina experimental em fase final de testes com voluntários no país. A seleção de voluntários ainda está no começo. Até a próxima quinta-feira, o cadastro de interessados em participar da etapa de testes será disponibilizado nos sites das duas instituições selecionadas pela Pfizer: o Centro Paulista de Investigação Clínica (Cepic), na capital paulista, e a Instituição Obras Sociais Irmã Dulce, situada em Salvador, na Bahia. Os testes vão mobilizar um total de 1.000 voluntários nas duas cidades e não estão restritos a profissionais de saúde, como no caso da vacina do laboratório chinês Sinovac que firmou parceria com o governo de São Paulo. Para ser candidato na fase de testes da Pfizer, o candidato precisa ter entre 18 e 85 anos, além de não ter sido infectado pelo coronavírus. Segundo o reumatologista Cristiano Zerbini, diretor do Cepic e coordenador da pesquisa em São Paulo, em cada instituição, os participantes serão divididos em dois grupos de 250 pessoas. Os integrantes de um receberão a vacina e os demais, um placebo - substância sem efeito contra a doença. "Procuramos pessoas que estão sob maior risco, as que precisam ser mais protegidas. Isso inclui o profissional de saúde, mas também todos aqueles que trabalham em hospitais como porteiros, faxineiros e recepcionistas. Também queremos priorizar moradores de comunidades. As pessoas menos favorecidas economicamente estão mais vulneráveis”, avaliou Zerbini. Os selecionados receberão um reforço da vacina após 21 dias. Até o fim do estudo estão previstas seis visitas presenciais, assim como um acompanhamento por ligações telefônicas. Os voluntários receberão um diário eletrônico para marcar diariamente como se sentem. O cronograma, de acordo com o diretor do Cepic, prevê resultados preliminares disponíveis em até seis meses. Segundo Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer no Brasil, a expectativa é ter uma resposta em outubro para apresentar às autoridades regulatórias de todo o mundo. A partir daí, caberá aos órgãos avaliar a distribuição das vacinas. As cinco fábricas da empresa já estão preparadas para iniciar a produção. A meta é produzir 100 milhões de doses ainda este ano e mais 1,3 bilhão em 2021. "A ideia é que a vacina seja acessível globalmente. Queremos que outras soluções sejam bem-sucedidas. Nenhuma empresa vai ser capaz de suprir a necessidade global num curto espaço de tempo, por isso é importante que várias plataformas existam", afirmou Dulcine. "Nosso trabalho é mostrar os dados. Quem e como irá receber, depende da autoridade regulatória, que vai analisar a epidemiologia e critérios técnico-científicos para disponibilizar a vacina para áreas mais afetadas". Além do Brasil, a última fase dos testes da vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech será realizada na Argentina, nos Estados Unidos, na Alemanha e na Turquia. São cerca de 30 mil voluntários em todos os países.
Epoca - 04/08/2020
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