Friday, January 26, 2018

Empresários do Brás vão investir em marketplace para incrementar venda

O tradicional comércio popular da região do Brás, em São Paulo, ainda não se recuperou da crise. Após um 2017 difícil, a estratégia para este ano é atrelar as lojas físicas ao canal on-line – movimento impulsionado pela chegada do marketplace Giro no Brás, que pretende reunir lojistas e fabricantes do local para atender ‘sacoleiros’ de todo o País.
Para proporcionar a mesma experiência de vendas da região ao consumidor pelo e-commerce, o Giro no Brás, lançado em 29 de novembro de 2017, vende tanto pelo varejo como por meio de atacado. “Antes, o pequeno lojista precisava sair de sua cidade, se deslocar, para poder comprar. Por isso, desenvolvemos um sistema em que tanto um lojista grande quanto a sacoleira possam comprar no atacado também”, diz a CEO e sócia-fundadora do Giro no Brás, Viviane Marrese.
A plataforma, que recebeu um aporte inicial de R$ 1 milhão, detém 32 empresas no momento – dentre fabricantes e varejistas dos segmentos de roupas, acessórios e calçados. Contudo, para elevar o sortimento do e-commerce, a executiva projeta chegar até o fim deste ano com 300 empresas no site. “Temos um grande diferencial de preço no site pois conseguimos negociar direto com os grandes fabricantes do Brás”, afirma Viviane.
Com expectativa de faturar acima de R$ 50 milhões neste primeiro ano de operação, o desafio é convencer novas empresas a apostar na plataforma. Em fevereiro, o Giro no Brás deve receber um acréscimo de itens no segmento de cama, mesa e banho. Para navegantes de primeira viagem no e-commerce, a executiva conta que foi desenvolvido um plano de suporte com cursos e palestras sobre negócios virtuais. “Em fevereiro, vamos lançar um canal no YouTube com informações para lojistas, sacoleiros e consumidores”, complementa.
Uma das primeiras parceiras do Giro no Brás, a Conceito Fashion vê a estratégia de atrelar o canal on-line às lojas físicas como inevitável para crescer atualmente. “Nós estamos especializados neste trabalho de venda on-line. Temos um know-how nisso, vendendo em 15 marketplaces e em nosso site próprio”, comenta o diretor de desenvolvimento da Conceito Fashion, Luciano Dias.
Após faturar R$ 2 milhões em 2017, a empresa especializada na fabricação de calçados femininos pretende elevar em 100% a receita este ano. Para isso, a Conceito Fashion entrou no Giro no Brás ofertando 320 modelos distintos. “Em fevereiro, nós subiremos mais 20 mil pares de calçados para o site. Acho que o futuro é o on-line e ele está sendo bem mais explorado agora. Temos uma base de 4,5 mil clientes ativos.”
Movimento necessário
Se a Conceito Fashion, fundada em 2016, consegue crescer em tempos de crise, o mesmo não pode se dizer de alguns varejistas tradicionais do Brás. Exemplo disso, a Center Baby, especializada na venda de roupas e acessórios para recém-nascidos, apresentou queda de 15% nas vendas em 2017. Agora, em compensação, seus produtos vêm despertando interesse no Giro no Brás. Nos últimos dias, a área de ‘kit maternidade’ do marketplace recebeu 300 mil visualizações.
“O ano passado foi muito difícil, de baixa lucratividade. De outubro a dezembro foi um período bem ruim. Acho que 2018 será um ano de crescimento, mas só vamos começar a ver aumento efetivo em 2019”, analisa o proprietário da Center Baby, Vinicius Cabral, que ainda traça um futuro positivo com a presença em um novo canal: “O e-commerce é um grande facilitador; um enorme aliado para o varejo. O Giro é bom pela comodidade, e pelos preços em conta.”
Algo parecido aconteceu com a Darlook Jeans, que também viu decréscimo de 10% nas vendas em 2017. Mas não é só isso. A empresa ainda fechou uma de suas duas operações no Brás em dezembro. Prestes a completar 10 anos de existência, a Darlook Jeans, especializada na venda de calças, shorts e bermudas, pretende faturar algo em linha com o visto em 2017, recuperando-se de três anos de decréscimo.
“O ano de 2017 não foi àquela maravilha para nossas vendas, mas já estávamos esperando por isso. Queríamos entrar no comércio virtual há tempos, mas os custos para a criação de um site próprio são insustentáveis. Quando surgiu esse projeto do Giro, achamos que seria bom. Eles sempre nos dão suporte para dúvidas sobre fotos e pagamento”, diz o diretor da operação da Darlook Jeans, Gustavo Olanda.
DCI - 26/01/2018
See this news in: english espanhol
Other news
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 third floor 01452-001 São Paulo/SP