Tuesday, January 10, 2017

Frimesa investirá R$ 2,5 bilhões até 2030 para se tornar referência no setor de suínos

A Frimesa pretende se tornar uma referência nacional na produção de carne suína e, para isso, prevê investimentos de R$ 2,5 bilhões em toda a cadeia produtiva até 2030. Com sede em Medianeira (PR), a empresa é uma central, que reúne cinco cooperativas filiadas e tem produtores que atuam como parceiros e fornecedores de matéria-prima. Além da suinocultura, ela também atua no setor de lácteos. "Até 2018, toda nossa produção terá controle de origem, com certificações que atestam a qualidade em questões como ração animal até bem-estar das criações e dos trabalhadores", afirmou o diretor executivo da Frimesa, Elias José Zydek, ao Broadcast Agro, serviço de notícias do agronegócio em tempo real do Grupo Estado.
Em 2016, o faturamento da cooperativa deve fechar em R$ 2,51 bilhões, 13% a mais do que o registrado em 2015. Já o volume de produção deve superar 349 mil toneladas, com 5,5% de crescimento. Para 2017, a projeção é que o faturamento atinja R$ 3 bilhões (+18%) e que o volume de produção ultrapasse 375 mil toneladas, o que representa 7,5% de aumento. Os números refletem, principalmente, os investimentos crescentes da companhia na cadeia produtiva da carne suína. A Frimesa é uma das principais produtoras de carne suína no Brasil.
"Atualmente, temos 1.050 produtores integrados e gradativamente estamos ampliando a produção, que é de 7 mil cabeças abatidas por dia, para 21 mil cabeças por dia até 2028", disse Zydek. Sobre os investimentos previstos, o executivo afirma que 30% deverão ser recursos próprios e o restante financiado, sem dar mais detalhes. O aporte envolve produtores, cooperativas integradas e a própria Central Frimesa.
O ponto alto desse movimento é a construção de um frigorífico de carne suína. Serão 141 mil metros quadrados de área construída em uma propriedade de 115 hectares, na cidade de Assis Chateaubriand, no Paraná. A primeira etapa deve ser concluída em 2018, gerando 3,5 mil empregos diretos, segundo a cooperativa. A finalização do complexo está prevista para 2025. O investimento total desta etapa vai consumir cerca de R$ 800 milhões.
A cooperativa, que destina cerca de 90% da sua produção ao mercado interno, aposta no crescimento do consumo de carne suína no Brasil, mesmo após a queda registrada em 2016. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo doméstico da proteína deve encerrar o ano com recuo de 4,9% ante 2015, passando de 15,2 quilos per capita, para 14,4 quilos per capita. Já a produção deve atingir 3,7 milhões de toneladas de carne suína, aumento de 2,4% ante as 3,6 milhões de toneladas de 2015, em virtude principalmente do aumento das exportações. Os embarques de carne suína in natura totalizaram no ano passado 628,7 mil toneladas, 33% acima das 472,7 mil toneladas embarcadas em 2015, segundo o Ministério da Indústria, Serviços e Comércio Exterior (MDIC).
"Nossa visão é de médio e longo prazo. O Brasil está atravessando uma queda do poder aquisitivo neste momento, mas cremos que o País vai voltar a crescer", ponderou o diretor executivo da Frimesa. "Apostamos no crescimento da carne suína, garantindo procedência e qualidade."
Para ele, as campanhas que promovem a carne suína no Brasil, intensificadas por instituições que representam o setor nos dois últimos anos, devem levar cada vez mais a proteína para o prato do brasileiro, seja na forma de produto in natura, ou processado (linguiça, defumados, frios, entre outros). Hoje, a diversificação dos cortes e a comercialização da carne suína são destaques da cooperativa. No ano passado, a produção alcançou 209 mil toneladas e, em 2016, o número deve chegar a 233 mil toneladas.
Além disso, Zydek prevê que os custos de produção para a indústria brasileira de proteínas devem ser mais favorável já em 2017, por causa do menor preço da ração. "O milho foi o fator que atrapalhou e interferiu no custo de produção do suíno, encareceu em torno de 12%, mas já está cedendo", comentou. O Brasil deve colher uma safra maior do cereal nesta safra 2016/17, o que deve colaborar para a queda dos preços e favorecer as margens da indústria.
O Estado de S. Paulo
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