Wednesday, August 19, 2015

Fonterra espera que desvalorização do yuan crie demanda por lácteos

A cooperativa neozelandesa Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, afirmou hoje que o esforço da China para desvalorizar o yuan pode impulsionar a demanda chinesa pelos produtos lácteos da Nova Zelândia e, eventualmente, dar um motivo para uma recuperação dos atuais baixos preços do leite.
O CEO da Fonterra, Theo Spierings, disse que o enfraquecimento da moeda chinesa pode tornar as exportações da China mais competitivas, o que por sua vez pode impulsionar a economia do país e, eventualmente, ajudar em uma recuperação de suas importações de lácteos.
“[A desvalorização da moeda] leva à proteção de empregos e proteção do poder de compra do consumidor, então essas são boas medidas de curto-prazo”, atestou Spierings, em entrevista nesta terça-feira. A Nova Zelândia exporta cerca de 90% do leite que produz, e boa parte desse montante vai para a China.
A recente desvalorização do yuan promoveu uma forte queda em outras moedas, entre elas o dólar neozelandês, ou kiwi, que vinha subindo em meio a expectativas de que os preços do leite fossem se valorizar. Segundo Murray Hindley, gerente de comércio exteriro do banco ANZ, o kiwi está “se movendo levemente para cima ante o leilão desta noite”. No último pregão da moeda, o dólar neozelandês estava em US$ 0,6595 ante US$ 0,6547 na segunda-feira.
Uma elevação dos preços do leite podem impulsionar o kiwi, já que os produtos lácteos respondem por cerca de 25% das exportações da Nova Zelândia.
Acredita-se que as cotações do leite vão subir entre 10% e 15% no leilão que ocorrerá hoje na plataforma online Global Dairy Trade após dez quedas consecutivas. Desde o último leilão, ocorrido dia 4, quando as cotações caíram ao menor valor em 13 anos, a Fonterra reduziu substancialmente a oferta de leite em pó ofertada na plataforma.
O presidente da Fonterra disse que interpretaria qualquer elevação nos preços do leite no leilão de hoje mais como uma correção do que um início de uma recuperação. “Os preços do leite estão insustentavelmente baixos e abaixo do mínimo”, ressaltou Spierings. “Eles podem estar subindo, mas é mais uma correção do que uma demonstração de forte demanda nos canais de venda”, opinou.
O executivo indicou que qualquer recuperação sustentada teria que estar ligada a um aumento da demanda da China, onde o crescimento econômico mais lento atingiu a demanda por leite e outras importações.
Valor Economico
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