Thursday, August 20, 2015

Copo americano busca no grande varejo o cliente 'cult

O copo americano, fabricado pela Nadir Figueiredo há 68 anos, começa a trilhar um novo caminho no varejo em busca do público "cult". Agora, para comprá-lo, não é mais preciso visitar pequenos mercados da periferia ou supermercados do interior. Embalados com uma roupagem moderna e colorida, diversos tamanhos do copo estão disponíveis em kits, que acabam de chegar aos supermercados Pão de Açúcar e às Lojas Americanas, e em breve estarão no hipermercado Extra e na rede Camicado.
A estratégia é resultado de uma pesquisa iniciada há cinco anos, que mostrou que os consumidores identificam o produto como o "copo oficial" dos brasileiros.
Da caipirinha de restaurantes estrelados ao cafezinho da padaria, do caldinho de feijão à cerveja do botequim, o copo americano está em todas. Em casa é medida de receita de bolo e de sabão em pó, mas sua venda sempre se deu mais no atacado. "Nosso desafio era fazer chegar à casa das pessoas um artigo que está presente em todos os lugares. Percebemos que faltava uma embalagem adequada para que virasse produto", diz Patrício Taborda de Figueiredo, presidente da Nadir Figueiredo.
Toda essa mudança decorre também do fato de a Nadir ter conseguido registrar o copo americano como marca há dois anos. "Agora dá para ir em frente. No Brasil, só a Nadir pode fabricá-lo. Os chineses até podem copiar, mas para vender aqui precisam negociar royalties", diz o executivo. O copo ganhou esse apelido, a princípio internamente, pelo fato de ser fabricado numa máquina importada dos Estados Unidos.
De 1947 a 2010 foram produzidas 6 bilhões de unidades do copo americano, que hoje possui sete moldes com diversas decorações e cores. Nos anos 1980, quando a empresa tinha um portfólio de produtos mais enxuto, o americano era responsável por 40% do faturamento; agora, 7%. No faturamento de R$ 575 milhões líquidos do ano passado, a marca Nadir, que inclui o copo americano, tem presença mais expressiva (53%). Em seguida, estão Marinex (31%) e Duralex (16%), marcas que entraram para o grupo em 2011 com a aquisição da Santa Marina.
Com uma política de lançamentos agressiva para enfrentar a crise, a Nadir Figueiredo tem como meta lançar um molde novo por semana nos próximos doze meses. A expectativa é de que nos próximos dois anos, 30% do faturamento anual seja proveniente de lançamentos. "Fora o americano, que graças a Deus quebra de vez em quando e precisa ser reposto, você não vai querer comprar sempre o mesmo copo", diz Paulo de Paula e Silva, diretor comercial.
As novidades na linha do copo americano incluem sua versão colorida, em três tamanhos, que deve chegar às lojas no período que antecede o Natal. Para 2016 já está prevista uma xícara para café expresso, que é uma versão também em vidro canelado, com alça.
No Brasil, as vendas do "copo oficial" em seus diversos tamanhos acompanham o PIB dos Estados, o que faz de São Paulo o maior mercado. O atual reposicionamento do produto não visa aumentar as vendas de forma expressiva, mas ampliar sua exposição e fazer com que chegue a um público considerado "formador de opinião".
No mundo, o copo está presente em lojas conceituais como a japonesa Muji e, em 2009, foi exposto no MOMA, em Nova York, como símbolo do design brasileiro. Sua exportação, no entanto, representa apenas 5% do total comercializado.
No Brasil, o kit com 12 copos de 196 ml, o tamanho tradicional, está à venda por R$ 15. Já os novos modelos coloridos são bem mais caros. Cada copo de tamanho comum sai por R$ 9,90 e o grande, de 450 ml, custa R$ 14,90. Não está descartado aumentar um pouco esses valores, deixa no ar Paula e Silva, diante das boas perspectivas de venda.
Valor Economico
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