Mercado cresce menos, diz L'Oréal

O mercado de beleza deve crescer em ritmo mais lento este ano no Brasil, influenciado pela retração econômica do país. A avaliação é do presidente da L'Oréal, Didier Tisserand. Segundo ele, a expansão do setor, que nos últimos anos foi de mais de 10%, deve ficar abaixo dos dois dígitos em 2014.
Apesar dessa desaceleração, o executivo avalia que o mercado de beleza é muito mais dinâmico do que a economia brasileira e, sem citar projeções para a L'Oréal, ele considerou "momentânea" a piora para o setor.
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), projeta avanço de vendas de 11,8% para 2014, embora também tenha reconhecido que está mais difícil crescer dois dígitos diante do cenário adverso. Segundo a Abihpec, o setor deve faturar R$ 42,6 bilhões até dezembro, antes dos impostos.
Reunido esta semana com a imprensa internacional no Rio, o presidente da L'Oréal no país evitou previsões para 2015. "Temos muitos problemas em avaliar 2015. Podemos dizer que será ano de transição [no Brasil]", disse Tisserand. Mas acrescentou que a visão da companhia para o país é de longo prazo. As decisões, portanto, não são influenciadas por eleições ou pelo desaquecimento econômico.
As vendas da L'Oréal aumentaram 13,3% em 2013 no país, para R$ 2,2 bilhões. A participação de mercado da companhia foi de 7,1% - o que a coloca em quatro lugar no ranking do setor.
A L'Oréal vem investindo fortemente no Brasil. No mês passado, anunciou acordo para comprar a brasileira Niely, que domina o mercado de coloração para cabelos para as classes C e D no país. "Não posso comentar muito. O Cade está analisando. Já apresentamos os documentos. É um procedimento grande", disse. Com a aquisição, a ideia é levar inovações para a Niely. "Vamos ficar com a marca e com a fábrica em Nova Iguaçu, que é supermoderna."
A L'Oréal está investindo R$ 240 milhões este ano na modernização de suas duas fábricas no país e em seu centro de pesquisas.