Produção industrial cresce 0,7% em fevereiro, sem superar pré-pandemia

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (1º/4), que a produção industrial do país cresceu 0,7% em fevereiro em relação a janeiro. Frente a fevereiro de 2021, houve recuo de 4,3%. A indústria acumula queda de 5,8% no ano e crescimento de 2,8% nos últimos 12 meses.
Com esses resultados, o setor industrial está 18,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011 e 2,6% abaixo do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da pandemia.
Segundo o IBGE, o resultado eliminou parte da queda registrada no primeiro mês do ano, de 2,2%. Inicialmente, o recuo de janeiro havia sido de 2,4%, mas o instituto revisou o número.
- Setores
Bens de capital (1,9%), bens intermediários (1,6%) e bens de consumo semi e não-duráveis (1,5%) tiveram as taxas positivas mais acentuadas em fevereiro de 2022. Com esses resultados, as duas primeiras voltaram a crescer após recuarem -8,8% e -1,3%, respectivamente em janeiro. A última marcou o quarto mês seguido de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 3,9%.
O setor produtor de bens de consumo duráveis (0,5%) também mostrou avanço nesse mês, mas abaixo da média da indústria (0,7%). Vale destacar que esse segmento recuou 11,7% em janeiro de 2022 e eliminou parte da expansão de 18,6% registrada nos dois últimos meses de 2021.
- Produção industrial anual
A produção industrial fechou 2021 com alta de 3,9%. O resultado foi o primeiro positivo em dois anos: em 2019, a queda foi de 1,1% e, em 2020, de 4,5%.
A indústria segue impactada pela alta dos preços das matérias-primas, pela falta de insumos e também pela demanda fraca. Isso porque a alta dos juros e manutenção da inflação afetam o poder de compra e de consumo das famílias.
A taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente está em 11,75% e deve aumentar ainda mais até o final do ano. A expectativa é que a taxa chegue a 13% ao fim de 2022.
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer somente 0,50% em 2022, bem abaixo da média global. Já a inflação deve fechar o acima de 6%.