Consumo de carne bovina é o menor nos últimos três anos

No Brasil, o consumo de carne bovina vem caindo há três anos consecutivos. A alta inflação juntamente com o aumento da pobreza está resultando em quedas expressivas.
Em 2020, o consumo de carne bovina registrou queda de 10% comparado ao ano anterior. Já em 2021, a queda de consumo deve registrar o menor valor em 12 anos, com 2% a menos, totalizando 5,24 milhões de toneladas.
A pedido da BBC News Brasil, Cesar de Casto Alves, especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA, calculou a estimativa do consumo de carne bovina, se baseando no chamado consumo aparente, onde carne bovina inspecionada, descontadas as exportações e somadas as importações são calculadas.
Dessa forma, para Castro Alves registrar os dados, o especialista considerou uma expectativa de produção de carne bovina de 7,4 milhões de toneladas em equivalente carcaça (TECs), de exportações de 2,26 milhões de TECs e de importações de 73 mil TECs.
Além disso, o dólar alto, a seca na região Centro-Sul do país, o aumento dos preços da soja e do milho e a indisponibilidade de bois, também são um dos fatores que contribuíram para o aumento do preço das carnes em 2021. Nem o embargo imposto pela China desde setembro, que derrubou as exportações da carne brasileira, foi capaz de reduzir os preços de forma substancial.
O país asiático suspendeu as importações brasileiras após a identificação de dois casos atípicos de ‘vaca louca’ em frigoríficos em Minas Gerais e Mato Grosso. Apesar de a Organização Mundial de Saúde Animal afirmar que os casos não apresentavam risco para a cadeia produtiva, o embargo foi mantido até o começo desta semana.
Durante o período, a suspensão provocou forte queda no preço do boi, mas tal reajuste não chegou ao bolso dos consumidores. E embora alguns supermercados tenham reduzido os valores da carne bovina, a baixa renda dos brasileiros impossibilitou o crescimento no consumo do produto.