segunda-feira, 22 de abril, 2019

Com US$ 2 bi no bolso, Mercado Livre aquece disputa entre ‘maquininhas’

Capitalizado após levantar cerca de US$ 2 bilhões, o argentino Mercado Livre dá mais um passo para disputar clientes a mar aberto no Brasil, ou seja, fora do seu ecossistema na arena de pagamentos. De quebra, deve aquecer a já acirrada disputa no setor de maquininhas, que está nos holofotes após as ofensivas em taxa e prazo de Rede, do Itaú Unibanco, e GetNet, do Santander. Por meio do seu braço de serviços financeiros, o Mercado Pago, a empresa de comércio eletrônico vai ingressar em um novo segmento: empreendedores que faturam até R$ 25 mil por mês. Até agora, a Point, nome de batismo de suas maquininhas, mirava apenas os pequenos, com vendas até R$ 5 mil e que em geral já usam a plataforma do Mercado Livre. Com a investida, que começa com um piloto e estará disponível em maio, o Mercado Pago ataca o segmento tradicional de maquininhas com terminais (POS, na sigla em inglês) com bobina e conectados à rede 3G. Não pretende, contudo, aderir ao modelo de aluguel. As maquininhas PointPro serão vendidas, estratégia que tem adotado até então. Polaroid. Um dos atrativos do Mercado Pago para fisgar os empreendedores é o pagamento imediato ao dono da maquininha tanto para transações no débito como no crédito, com taxas que iniciam em 1,99%. Nada de D+30 ou D+2. Outro trunfo é a concessão de empréstimos ao seu público-alvo. Desde que adentrou nessa seara, em janeiro de 2018, já concedeu mais de US$ 300 milhões em um total de 100 mil créditos. Abastecido. Recursos o grupo tem de sobra. Como a operação brasileira representa mais da metade do Mercado Livre na América Latina, dos US$ 2 bilhões que levantou na bolsa de tecnologia americana Nasdaq, a maior parte deve ser investida em solo brasileiro. Time que ganha. Apesar das entregas da plataforma de serviços financeiros, o Mercado Pago descarta se tornar um banco completo. O modelo de atuação com parceiros, seja na concessão de crédito ou com as maquininhas, é o que prevalece, segundo Tulio Oliveira, que toca o braço de serviços financeiros do Mercado Livre. Por falar nele, acaba de ser nomeado vice-presidente do Mercado Pago. A promoção, garante, não muda nada na estrutura da operação.
O Estado de S.Paulo - 21/04/2019
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