segunda-feira, 11 de março, 2019

Turismo deve crescer 3% com foco no destino nacional e viagem corporativa

Ainda longe de recuperar o tombo registrado nos anos de crise econômica, a atividade do setor de turismo subiu 1,9% em 2018 ante o ano anterior. Para 2019, esse mercado deve crescer 3% por meio do movimento de viagens corporativas e aquecimento da procura por destinos nacionais em virtude da oscilação cambial. “No início de 2018, nossa expectativa era de crescimento de 5%. Porém, em virtude da combinação entre a greve dos caminhoneiros, que ocorreu em um dos principais feriados nacionais, e a incerteza com as eleições, o setor acabou pisando no freio. Para este ano, temos perspectiva de evolução entre 2 e 3%”, argumentou a presidente do Conselho do Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Mariana Aldrigui. De acordo com a dirigente, o movimento de retomada do setor está vinculado sobretudo à demanda de turismo de negócios, a qual é uma das primeiras a indicar o otimismo das empresas em relação à economia do País. “Devemos ter menos surpresas no cenário econômico interno neste ano. Tendo em vista que é um ano com poucos feriados, os eventos corporativos devem sustentar em parte e crescimento desse mercado”, afirmou Mariana, destacando que os indicadores do Carnaval de 2019 já apontam para maior propensão de consumo dos turistas. Segundo dados compilados pela entidade, houve crescimento de 4% no embarque de passageiros nas empresas aéreas brasileiras no comparativo entre 2017 e 2018. “O que percebemos é que as empresas aéreas, hotéis e companhias de ônibus apresentaram alta nas taxas de ocupação. No caso da hospedagem, em São Paulo, esse índice ficou em 95%”, complementou ela.Nesse sentido, segundo um levantamento realizado pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (InFOHB), em janeiro de 2019 ante o mesmo período do ano anterior, houve incremento de 4,4% na taxa de ocupação nas redes hoteleiras. Ainda sobre indicadores de crescimento do setor, foram registrados avanços nas diárias (6,3%) e receita dos apartamentos disponíveis (10,9%). As regiões de destaque em termos de incremento na ocupação foi Brasília (20,2%). Já no que diz respeito às variações médias das diárias, estão locais como por exemplo Belo Horizonte e Brasília (14%). Na avaliação do assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze, o setor do turismo apenas deve apresentar o patamar de crescimento verificado em 2013 e 2014 daqui a quatro anos. “Nos anos de crise, a perda acumulada foi muito grande. Ainda estamos longe de recuperar o prejuízo sobre o potencial de evolução que o mercado tinha nesses anos. A partir de agora, o importante é que estamos em uma tendência de melhora e recuperação”, explicou.Ainda de acordo com o economista, o bom desempenho do carnaval em termos de movimentação de turistas foi um reflexo do último trimestre de 2018, o qual já ensaiava uma estabilidade econômica no período pós-eleição. “A evolução desse mercado deve acompanhar essencialmente tanto o ambiente político como econômico”, disse ele. Para Dietze um dos aspectos que podem auxiliar no processo de retomada do mercado de turismo brasileiro é a ampliação da malha aérea das companhias, a qual pode tornar as passagens mais baratas.Questionado sobre uma possível influência negativa da ausência de feriados no ano, o economista diz que o calendário anual não deve ter grandes efeitos sobre as viagens de lazer e de negócios. “Acredito que com a economia crescendo gradualmente, não haverá consequências negativas sobre o movimento nos hotéis, uma vez que os consumidores estão se organizando melhor para os gastos turísticos independente de feriados”, pontua. Segundo ele, o maior desafio neste ano diz respeito às possíveis instabilidades da moeda americana. “Com uma certa previsibilidade sobre o dólar, o consumidor consegue se programar sem surpresas para viagens internacionais”, diz.
DCI - 11/03/2019
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