segunda-feira, 25 de março, 2019

Mercado de biodefensivos cresce e busca maior adesão entre produtores

Ainda pouco conhecido entre produtores, o mercado de biodefensivos registrou crescimento expressivo de 77% em 2018, para R$ 464,5 milhões. Neste ano, a projeção é de um avanço entre 20% e 25%. “Trata-se de uma tecnologia recente que ainda não é conhecida por todos os agricultores. Agora, as empresas estão mais estruturadas e o desafio é levar esse entendimento aos produtores”, declarou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), Arnelo Nedel, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21).De acordo com uma pesquisa da ABCBio, 43% dos produtores rurais afirmam desconhecer os biodefensivos. “Como o uso ainda está em fase de consolidação, qualquer aumento em grandes culturas alavanca as vendas. Foi muito acima do desempenho que tivemos nos últimos anos”, disse Nedel.Ele elenca como principais fatores para esse resultado significativo os investimentos das empresas no setor, maior flexibilização regulatória no Ministério da Agricultura e a preocupação do consumidor em buscar produtos livres de resíduos químicos. “Também tivemos grandes players que ingressaram nesse mercado nos últimos anos e que lançaram produtos em 2018.”A diretora executiva da ABCBio, Amália Borsari, conta que dos 200 biodefensivos disponíveis no mercado, cerca de 90 foram registrados nos últimos dois anos. “Corresponde a quase 50% do total. Mas ainda há necessidade de elevar a taxa de uso pelos agricultores e vamos promover eventos e parcerias para divulgar informações de forma mais rápida.”Nedel aponta que o crescimento ocorreu principalmente entre as grandes culturas, como soja, cana-de-açúcar, café e hortifruti. “Em alguns casos, o crescimento percentual é maior, especialmente no hortifruti, pelo fato do produto ser consumido in natura, o que causa demanda mais incisiva.”O dirigente também acredita que o uso em conjunto com defensivos químicos é o que está alavancando o uso dos biológicos. “O biodefensivo inclusive ajuda o sintético a ter mais longevidade.” Ele detalha que, enquanto o biodefensivo é uma ferramenta de manejo e prevenção, os químicos têm um uso mais específico de tratamento. “A percepção de resultado acaba sendo mais rápida no uso dos químicos. Estamos tentando levar esse entendimento ao campo.”Amália explica que, embora os dois tipos de produtos sejam tratados como mercados distintos, é possível estimar que os biológicos representem de 1% a 2% do total do mercado de defensivos. “Esse percentual deve crescer pela atual baixa adesão das grandes culturas e avanços tecnológicos.”A expectativa para 2019 e para os próximos anos é que o crescimento não seja tão expressivo. “É difícil estimar, pois as empresa não costumam divulgar suas projeções, mas acreditamos que vamos ter uma expansão de 20% a 25% nesse e nos próximos cinco anos”, disse Nedel. Demanda setorial Amália afirmou que a ABCBio vem trabalhando em uma agenda setorial com o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Estamos nos encontrando com os assessores da ministra Tereza Cristina para verificar os gargalos e desafios para impulsionar o uso dos biodefensivos.”Ela destaca como um dos principais entraves a proibição da importação de espécies de origem exótica. “Algumas das principais ameaças às culturas são justamente de origem exótica e o inimigo natural não está aqui. Sequer podemos importar para fazer pesquisas. É uma demanda pontual.”
DCI - 25/03/2019
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