terça-feira, 17 de abril, 2018

Fabricantes apostam em P&D para crescer

A indústria química apostou em pesquisa, desenvolvimento e inovação para atravessar o período da crise. Agora, o setor espera colher os frutos dessa estratégia, especialmente com a perspectiva de aumento de demanda no varejo.
“O ano de 2017 foi de muitas incertezas e a nossa empresa investiu e se preparou para passar pela crise. Em 2018, continuamos tecendo parcerias em pesquisa e criação de tecnologias”, afirma o gerente de marketing e comunicação da Montana Química, Michel Sentinelo.
O setor químico, que enfrentou queda de faturamento entre 2014 e 2016, voltou a crescer em 2017. As fabricantes ouvidas pela reportagem do DCI apontaram que o mercado está reagindo como um todo, mas com o varejo em ritmo mais acelerado.
“O varejo cresce forte, já a indústria está mais desacelerada”, aponta Sentinelo. A Montana tem sede em São Paulo e uma filial em Porto Alegre (RS), e atua com produtos de proteção e acabamento de madeiras.
“Esse nicho ainda é pequeno no Brasil. Carece de uma mudança de mentalidade do consumidor de enxergar a madeira como elemento construtivo, não apenas decorativo. É um mercado que tem espaço pra crescer.”
A Montana afirma ter renovado seu parque industrial e ter investido no parque fabril para aumentar produtividade, segurança dos processos e modernização dos ativos da empresa durante o período de crise.
A gerente da marca Loctite, da Henkel, Paula Gonçalves, diz que o desenvolvimento de produtos influenciou nos resultados do primeiro trimestre deste ano e que a empresa está otimista para o restante de 2018. “Tivemos resultados positivos, com as inovações ajudando e criando apelo para o mercado de construção.”
A Henkel atua nas áreas de tecnologias em adesivos e cosméticos e conta plantas nas cidades paulistas de Diadema, Itapevi e Jundiaí (SP).
“Não paramos nossos investimentos em novas tecnologias. Temos nossos próprios centros de pesquisa.” Ela também explica que a empresa desenvolve equipamentos e soluções personalizadas para atender necessidades específicas de clientes.
Paula confirma que o varejo tem demandado mais e também vê crescimento no fornecimento para indústrias.
“Há uma melhoria geral. Atendemos vários setores, automobilístico, eletroeletrônicos e embalagens de alimentos, além da construção civil, a qual esperamos uma melhora no segundo semestre. Se o ritmo for mantido, esse ano será bom”, projeta Paula.
Dados preliminares da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) apurados nos dois primeiros meses do ano indicam que as vendas internas de produtos químicos de uso industrial fabricados no Brasil cresceram 6,25% no 1º bimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já o índice de produção apresentou recuo de 5,91% na comparação com os dois primeiros meses de 2016.
De acordo com a entidade, a queda decorre de paradas programadas para manutenção e pelo menor número de dias úteis de 2018, uma vez que o carnaval do ano passado ocorreu no mês de março.
Esse menor volume de produção está refletido no índice de utilização da capacidade instalada, que ficou em 72% na média do primeiro bimestre do ano, contra 77% nos dois primeiros meses do ano passado.
A representante de marketing da Orbi Química, Yolanda Mauro, vê mais otimismo no setor, mas ainda nada comparado aos patamares pré-crise.
“A nossa empresa está batendo metas e há espaço para crescer, com o varejo puxando a demanda. Esperamos crescer em faturamento e em share de mercado nesse ano.” A companhia, fundada em 2006, possui uma planta em Leme (SP) e desenvolve produtos para os setores automotivos, construção civil e manutenção industrial. “Contamos com laboratório próprio. O segmento em que mais crescemos é na construção”, relata Yolanda.
DCI - 17/04/2018
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