terça-feira, 16 de junho, 2015

Whirlpool reduz em 70% o uso de água nas fábricas

A Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, conseguiu reduzir em 70% o uso de água por item fabricado nas unidades brasileiras nos últimos 12 anos. Agora, a companhia quer mostrar que levou para os produtos as práticas de economia incorporadas nas fábricas.
"Sempre trabalhamos com duas dimensões ao buscar eficiência no uso dos recursos, a fábrica e o produto", conta o gerente-geral de sustentabilidade, EHS e assuntos regulatórios da Whirlpool Latin America, Vanderlei Niehues.
O executivo lembra que o trabalho para gestão sustentável de recursos da companhia no País começou há 12 anos, com a criação de um modelo de gestão integrada, hoje chamado de sustentabilidade. "Faz tempo que trabalhamos com isso, mas cinco anos atrás sentimos a necessidade de mudar a estratégia para dar ênfase a certas áreas", detalha.
Atualmente, a gestão de sustentabilidade da Whirlpool é dividida em seis diferentes pilares: água, energia, minimização da geração de resíduos, mudanças climáticas, produtos e desenvolvimento social. Com a crise hídrica, afirma Niehues, a água vem ganhando maior destaque.
Investimento
De acordo com o executivo, no ano passado, a unidade brasileira da Whirlpool destinou mais de R$ 20 milhões a ações de sustentabilidade. Foram feitos investimentos em ações de conscientização e projetos de reúso e captação de água.
"Ainda não temos metas [de investimento] para 2015, pois é um ano bastante atípico", diz o executivo. Mas as metas de economia, garante ele, foram mantidas sem alterações.
Segundo Niehues, todo ano as metas para o triênio são definidas e o acompanhamento das ações implementadas é feito por comitês em diferentes esferas. "Apresentamos os resultados para comitês de sustentabilidade, governança, de América Latina e também o comitê global", explica ele.
Nessas reuniões, gestores de diferentes unidades da Whirlpool têm acesso aos projetos executados em diferentes partes do mundo, gerando um intercâmbio de experiências.
Niehues lembra que o Brasil está mais avançado que outras unidades da multinacional norte-americana e, por isso, acaba influenciando a criação de práticas sustentáveis em outras fábricas.
No País, a Whirlpool já consegue captar de forma sustentável 10% da água utilizada nas fábricas, com destaque para a unidade localizada em Rio Claro, interior de São Paulo, que ganhou uma estação de tratamento de efluentes em 2012.
"Nessa fábrica nós usávamos um volume significativo de água que era captado do rio, poços artesianos e vinha da rede abastecimento da cidade. Mas com os projetos de reúso e captação economizamos quase 12 milhões de litros de água em 2014", garante ele.
A água tratada na estação de de efluentes da fábrica de Rio Claro é usada no abastecimento do Centro de Tecnologia de Lavanderia (CTL) da Whirlpool. No Centro, são testadas as máquinas de lavar roupa e louça produzidas pela empresa.
Na unidade de Joinville, em Santa Catarina, a Whirlpool também possui uma estação de tratamento de efluentes que, no ano passado, foi responsável pelo reaproveitamento de 46 milhões de litros de água. A captação da água da chuva com cisternas na fábrica também é destacada pela companhia, com 11 milhões de litros captados em 2014.
Em Manaus, a captação de água da chuva é menor, com pouco mais de 1 milhão de litros, mas a ação tem possibilitado a redução da quantidade de água retirada dos lençóis freáticos. Mesmo assim, ainda hoje, 99,79% da água usada na fábrica vem de poços e lençóis e 0,21% da água da chuva.
"Junto com essas ações, as campanhas de conscientização dos funcionários têm grande participação nos resultados", observa ele. Segundo o executivo, a companhia intensificou as ferramentas de gestão do uso de água com a criação de um indicador, sobre o consumo por funcionário, acompanhado desde 2012.
Com as políticas de redução, o consumo mensal de água por funcionário caiu de 3,9 metros cúbicos em 2009, 0,97 metros cúbicos em 2014. "Esse ano, nossa meta é reduzir em 10% esse indicador", revela.
Niehues destaca que a empresa chegou a alterar o cardápio do restaurante, substituindo produtos por alimentos que exigem uma quantidade menor de água no preparo. A medida reduziu em 25% o consumo de água no restaurante.
Consumidor final
"Além da preocupação com a sustentabilidade nas fábricas, temos como objetivo ter produtos ecoeficientes, de classe A em eficiência energética e com menor uso de água, no caso das lavadoras", lembra o executivo. Ele afirma que, depois de investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos mais econômicos, o desafio da companhia é mudar a percepção dos consumidores. "É preciso desmistificar a impressão de que lavadoras de roupa e de louça gastam mais água", diz. Mas ele pondera que, para a economia ser efetiva, o consumidor precisa seguir as orientações da fabricante.
DCI
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP