quarta-feira, 02 de dezembro, 2015

Preço alto não deve brecar demanda de Natal

São Paulo - Pressionadas pelas despesas com grãos e energia, as aves especiais devem ter alta média de 13% a 15% nos preços. Nas granjas gaúchas, por exemplo, o custo de produção avançou 20% e, mesmo em um cenário de recessão econômica, o setor é otimista e não enxerga queda no consumo de Natal.
Inclusive, espera-se que aconteça justamente o contrário. "As empresas não têm sentido que vai haver uma diminuição de compra de produtos e estão preparadas para um ganho de produção", avalia o vice-presidente de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Neste contexto, a entidade ainda projeta um avanço de até 10% na demanda pelas aves natalinas.
De acordo com a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a produção estadual deste segmento passou de 68 mil para 70 mil toneladas neste fim de ano, no intuito de comportar uma demanda maior.
"A avicultura não tem gerado tantos gastos para o consumidor como outras proteínas, por isso o aumento de produção", justifica o diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos.
O gerente da divisão industrial da C. Vale Cooperativa, Reni Girardi, destaca que, no ano passado, a produção do frango Aprecialle, do segmento especial, não era significativa. Agora, apesar de o produto continuar sendo complementar no mix de cortes da companhia paranaense, houve um crescimento produtivo de 30%.
"O perfil de preço do frangão é inferior ao do peru e ele pode ganhar espaço na mesa do brasileiro. Além disso, muitos brasileiros não seguem essa tradição natalina de aves, o que abra espaço para um melhor desempenho do suíno", explica o analista da consultoria Safras & Mercados, Fernando Iglesias.
Apesar de também ser tradicional no final do ano, o principal mercado no caso do peru ainda é a exportação. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, entre os meses de janeiro e outubro, os embarques de peru avançaram 7,7% em volume, para 110 mil toneladas. No entanto, o faturamento de vendas externas caiu 10,2% no período, para US$ 246 milhões.
O presidente da ABPA diz que a demanda externa é bem ajustada à produção nacional. Neste Natal, "não deve ter mudança neste nicho [no Brasil]. Aquelas pessoas que já deixavam de comprar peru pelo preço apenas vão continuar", enfatiza Santin.
As aves especiais representam entre 2% e 3% da avicultura nacional. Atualmente, o País produz, em média, 13 milhões de toneladas de aves.
Plano de fundo
"Sazonalmente, este último bimestre é o auge da demanda, mas o problema mais grave que temos no momento é a retração da economia. As negociações de aves serão mais intensas, mas a perspectiva do varejo é ruim e o cenário é complexo", lembra o analista.
DCI - 02/12/2015
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