São Paulo - Investir em linhas de produtos mais acessíveis e personalização de peças tem levado empresas do setor de joias como Pandora e Verachi a manter o ritmo de crescimento. A mesma estratégica é a aposta da marca de bijuteria Swarovski, que aproveita o potencial do mercado brasileiro para seguir em expansão.
"O Brasil é um mercado novo e com bastante potencial de crescimento, tanto pelo número de habitantes como pela extensão territorial. Apesar de esperarmos este crescimento, o valor superou as expectativas da empresa", ressalta o diretor de vendas (CSO) da Pandora Americas, Darren Chen.
Segundo o executivo, apesar da situação econômica do País, a marca dinamarquesa conseguiu dobrar o número de lojas e o valor de faturamento este ano. O objetivo, segundo Chen, é encerrar 2015 com uma receita na casa dos R$ 2,3 bilhões.
O desempenho positivo se deve principalmente ao investimento com unidades de franquia, que soma 40% das operações da joalheria no Brasil. Os próximos mercados, acrescenta o CSO, são países da Ásia. Atualmente, o mercado das Américas representa 41% da receita da empresa dinamarquesa.
Ações para vender
Mesmo com todos os produtos da marca sendo importados, o executivo afirmou que uma ação para manter as vendas aquecidas foi a decisão de não repassar ajuste nos preços para as lojas.
De acordo com o executivo, o carro-chefe dos produtos vendidos na Pandora são os braceletes decorados com pingentes personalizados, os chamados charms.
Quem também manteve os planos de expansão foi a marca Swarovski. A empresa, que abriu 12 lojas este ano, apoiou o crescimento no modelo de franquias, responsável por oito das novas operações.
"Conseguimos manter os planos e iremos inaugurar a última loja este mês", afirma a diretora-geral CGB Swarovski Brasil, Carla Assumpção.
Com o objetivo de manter o crescimento, foram feitas estratégias para motivar as vendas dentro das lojas. "Uma das táticas foi trabalhar com produtos de entrada com preços atraentes", explica Carla. A executiva conta que alguns consumidores, que no ano passado compraram presentes mais caros, hoje estão optando por produtos mais baratos
Segundo a executiva, até o mês de novembro a marca conseguiu alcançar os resultados previstos, mas o que determina o ano são as vendas de final de ano. "O Natal é um período-chave de consumo e representa 20% do faturamento anual da Swarovski", explicou Carla. Segundo ela, o resultado só está em linha com as expectativas traçadas porque foram feitas mudadas e adaptamos o planejamento.
Para o ano que vem, a rede espera inaugurar até 10 lojas, destas, seis devem ser no formato de franquia. Segundo Carla, a Swarovski está passando por um processo de maturação de lojas próprias. "Iremos focar em oportunidades interessantes como, por exemplo, alguns shopping centers que ainda não temos lojas", comenta a executiva.
Ela complementa que "todo o empresariado enfrenta dificuldades de prever o ano de 2016, já que dependem da situação econômica e policia do Brasil". Atualmente, a bandeira conta com 53 lojas no País, sendo 24 no modelo de franquia e 29 próprias. A rede conta com ainda 47 pontos de venda somando 90 operações.
Que crise?
No mercado há três anos, a marca Verachi conta com uma operação de ateliê de joalheria e comercializa todos os tipos de acessórios como anéis, colares e pulseiras. "Este ano, tivemos um crescimento em torno de 20%", diz a proprietária Laís Demarqui Pimenta. Segundo a empresária, mesmo com a recessão, os clientes não deixaram de comprar os produtos. "A gente houve falar em crise, mas não aqui", brinca ela. Para Laís, algumas pessoas estão mais criteriosas e preferem pagar mais caro por uma peça com a qualidade de pedra melhor. A empresária comenta ainda, que esse tipo de bem também é uma forma de investimento. "Temos joias sob medida com coleções limitadas e sazonais."
O principal mercado da Verachi são as peças exclusivas para noivado, casamentos e formaturas. Segundo a executiva, o ateliê também oferece peças mais acessíveis para atender a todas as necessidades dos clientes do ateliê.
DCI 07/12/2015