terça-feira, 01 de dezembro, 2015

De olho no longo prazo, 3M abre nova fábrica em Manaus

A multinacional americana 3M fará a inauguração oficial de uma nova fábrica em Manaus amanhã, após investimento de US$ 30 milhões. A unidade substitui outra, em funcionamento na cidade desde 2007, que era alugada. As operações em Manaus representam 11% do faturamento da 3M no Brasil. Em 2014, as vendas brutas somaram R$ 3,6 bilhões. A companhia espera faturamento estável em 2015.
Dona de marcas como Post It, Durex e Scotch Brite, a empresa bateu o martelo para o investimento na nova fábrica há dois anos, ao atingir a capacidade máxima de produção no Estado. Em 2013, foi aprovada a compra do terreno e, depois de obtidas as licenças, a construção demorou 11 meses. O cenário econômico do país piorou desde então, mas a fábrica trará incremento de produtividade e eficiência, afirma o mexicano Jorge Lopez, presidente da 3M no Brasil desde agosto de 2014.
Segundo Lopez, a companhia aumentou o foco na melhoria dos processos fabris para ser mais competitiva no ambiente de recessão econômica. Além disso, acrescenta, a empresa estabeleceu seu plano estratégico com base na perspectiva de incremento de poder aquisitivo no futuro, apesar da crise atual. Ele destaca que o Brasil será a sétima economia do mundo em 2020 e a quinta maior em consumo.
A nova unidade de Manaus tem 16 mil metros quadrados de área construída, o dobro do tamanho da anterior. A fábrica antiga não comportava mais qualquer ampliação, afirma Afonso Chaguri, diretor-presidente da 3M Manaus. O novo terreno tem 260 mil metros quadrados, espaço suficiente para futuras expansões. A unidade deu início às atividades no começo de agosto e atende quatro divisões de negócios da multinacional no país, por meio de 15 linhas de produção, como as dos adesivos Post-it e de fitas isolantes.
A 3M é famosa pelos produtos de papelaria e escritório, mas atua nos mais diferentes segmentos, como produtos automotivos, cuidados com a saúde e petróleo e gás. Presente no Brasil desde 1946, a companhia tem hoje cerca de 4 mil funcionários em sete fábricas localizadas nos Estados de São Paulo e Amazonas - além do controle da Incavas, de produtos de limpeza, no Rio Grande do Sul. São vendidos mais de 15 mil itens no mercado brasileiro e cerca de 70% deles são produzidos localmente. No mundo, a empresa tem aproximadamente 90 mil empregados e faturamento anual de mais de US$ 30 bilhões.
A retração econômica no Brasil este ano afetou a operação de formas distintas, dependendo da área de negócio. Os segmentos dedicados à indústria automotiva e de construção estão entre os que mais sofreram. Já a divisão de consumo, que inclui as esponjas Scotch Brite, está estável, enquanto há uma boa perspectiva para a atuação no setor de energia renovável, afirma Lopez.
"A empresa prioriza os produtos de maior oportunidade de venda. Aqueles com menos demanda, deixamos 'dormentes', com ênfase menor", observa o presidente da subsidiária brasileira. A companhia tem um portfólio global de mais de 55 mil produtos e simplificar a carteira é também uma forma de ser mais competitiva.
O setor de saúde, no qual atua com produtos odontológicos, estetoscópios, curativos e esparadrapos Nexcare, é uma das apostas. O crescimento desacelerou, mas os negócios são mais resilientes, diz Lopez, que está há 34 anos na 3M e, antes de comandar a operação no Brasil, presidiu da 3M Ibéria, que reúne as subsidiárias em Portugal e na Espanha.
A nova unidade em Manaus tem 180 funcionários e pode chegar a 400 em cinco anos. O plano prevê também incremento no portfólio fabricado no Estado. O investimento de US$ 30 milhões não incluiu maquinário, que foi transferido da antiga unidade. A fábrica está localizada na rodovia AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara, e 95% da produção será distribuída para todo o país. A empresa não revela a capacidade total.
A construção foi realizada de acordo com padrões de sustentabilidade. Sistema de iluminação em LED para todo o parque fabril gera uma redução no consumo de energia de 50%. Há isolamento térmico e acústico do telhado. O abastecimento de água é feito por meio de poços artesianos e os resíduos são tratados antes do descarte. A empresa recicla 70% dos materiais não aproveitados.
Valor Economico
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