terça-feira, 06 de outubro, 2015

BRF quer consolidar posto de líder na América Latina

Anunciada na quinta-feira passada, a compra de sete marcas de alimentos processados na Argentina é o "primeiro passo" da BRF para consolidar sua liderança no varejo da América Latina como um todo, afirmou ao Valor o principal executivo da BRF na Argentina, Alexandre Borges. De acordo com ele, a BRF também tem planos de "expandir" a presença no varejo do Chile e do Uruguai.
Paralelamente, a empresa segue investindo em aquisições na área de distribuição de alimentos no Oriente Médio. Ontem, anunciou que firmou um acordo vinculante com a Qatar National Import and Export (QNIE) para adquirir parte dos negócios de distribuição de congelados da empresa por US$ 140 milhões.
Em relação à América Latina, Borges disse que, a despeito do momento econômico "desafiador" na região, a BRF tem uma visão positiva no "longo prazo" e novas aquisições - de empresas ou marcas - podem estar no horizonte.
"Sempre estamos olhando oportunidades, seja de adquirir empresas ou crescimento [orgânico]. Estamos com o objetivo claro de crescer não só na Argentina, mas no mercado da América Latina", reforçou. No primeiro semestre, a receita líquida da BRF na América Latina (desconsiderando o Brasil) foi de R$ 851 milhões. Em todo o mundo, a receita foi de R$ 14,9 bilhões.
Borges disse que a aquisição anunciada na quinta-feira "consolidou" a liderança da BRF no mercado de salsichas da Argentina. Marcas de hambúrguer e margarina também foram compradas pela BRF.
De acordo com o executivo, a empresa brasileira já estava entre as cinco maiores no segmento, mas com a aquisição da marca Vienissima vai se tornar líder. "Ao se juntar com essa marca, se consolida como líder", reforçou. Segundo ele, a Vienissima é "quase sinônimo" de categoria na Argentina, onde as salsichas são chamadas de "vienas".
A BRF anunciou a compra de sete marcas - Vienissima, GoodMark, Manty, Delícia, Hamond, Tres Cruces e Wilson -, da companhia argentina Molinos Río de la Plata. Pelos termos da transação, que ainda precisa ser aprovada pelas autoridades antitruste, a BRF pagará US$ 43,5 milhões pelos ativos.
Nos mercados de hambúrguer e margarina, as aquisições das marcas terão função "complementar", avaliou o executivo. De acordo com ele, a BRF já era líder no mercado de hambúrguer no varejo argentino com a marca Paty e, em margarina, com a marca Dánica.
Além das aquisições, Borges afirmou que a BRF pretende desenvolver a categoria de pratos prontos (lasanha, por exemplo). Diferentemente do Brasil e do Chile, essa categoria ainda é muito "incipiente" na Argentina em pratos prontos, observou.
Para tanto, o executivo disse que um caminho mais provável é investir em inovações e lançamentos. "Vejo muito mais possibilidade de trazer o nosso dinamismo do que fazer aquisições [de marcas de pratos prontos]", acrescentou. Mesmo no mercado de embutidos da Argentina, onde há oportunidades de aquisição, a BRF está apostando em lançamentos, disse. Recentemente, lançou marca de mortadela.
Do ponto de vista estratégico, Borges reafirmou que os investimentos no mercado interno argentino são importantes para fazer da Argentina uma plataforma de exportação de carne de frango. "Ao ter mercado consumidor forte, ajuda a ganhar massa crítica e volume para fazer da Argentina uma plataforma de exportação".
Neste ano, a BRF vem investindo na Argentina, conforme o próprio Borges afirmou ao Valor em junho deste ano. Entre os investimentos anunciados, estava o aporte de US$ 5,4 milhões para ampliar a capacidade de produção de salsichas e frios na unidade de Baradero, que fica na Província de Buenos Aires. Além disso, US$ 16 milhões seriam destinados à unidade de abate de aves de Rio Cuarto, em Córdoba.
Valor Economico
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