sexta-feira, 04 de julho, 2014

Moda verde-amarela eleva ganhos das grifes

Com apenas oito jogos para o fim da Copa do Mundo, grifes de moda que elaboraram linhas ou peças inspiradas no torneio estão quase sem estoques. Os artigos podem acabar antes do Mundial, principalmente se o Brasil for até a final, no dia 13. Ouvidas pelo Valor, Farm, Cantão, Redley, Blue Man, Mara Mac, Lacoste e Ad Life Style são unânimes em considerar que a aposta no tema foi bem-sucedida. E algumas delas se arrependem de não terem investido mais na tendência.
Na prática, quem se preparou com mais antecedência conseguiram lucro maior. É o caso da Farm, que planejou a entrada dos itens nas lojas um ano antes do torneio. "Preparamos duas coleções: a 'Primeiro Tempo', lançada em abril; e a 'Segundo Tempo', lançada em junho. A primeira já está esgotada", diz o gerente de marketing da marca, André Carvalhal. Com preço médio de R$ 190, as minicoleções têm roupas e acessórios. Sem citar o faturamento, ele detalhou que 20 mil peças relacionadas ao tema foram distribuídas às 54 lojas da grife carioca - sendo que 76% dos produtos já foram vendidos. Mas a expectativa predominantemente negativa a respeito do Mundial e de possíveis protestos populares afetou o planejamento de algumas empresas. "Hoje sei que poderíamos ter aproveitado melhor, lançado mais coisas. Nos arrependemos de não ter formado maiores estoques", afirma Léo Ferreira, diretor das marcas Redley e Cantão.
A Redley teve 15 itens inspirados no torneio, com preço médio de R$ 89. A venda dos produtos nas 16 lojas próprias, seis franquias e mais de 200 pontos de venda no atacado gerou um ganho adicional de R$ 360 mil em junho. Já a Cantão teve seis peças, com preço médio de R$ 109 e aumentou em R$ 700 mil o lucro do mês passado. A marca conta com 35 franquias e 16 lojas próprias. Os itens da Copa também estão em 300 pontos de venda atacadistas.
A Copa ajudou até mesmo a incrementar o lucro no segmento moda praia em junho - mês em que as vendas diminuem historicamente devido ao inverno. É o caso da Blue Man, com 20 lojas próprias e mais de 400 pontos de venda no país. A marca lançou, em maio, coleção inspirada no Mundial, com peças entre R$ 59,00 a R$ 235,00. Segundo a diretora criativa, Sharon Azulay, 41% da coleção já foi vendida. "À medida que o Brasil avança na competição, o resultado reflete [positivamente] nas vendas da coleção", afirma.
A empresa não descartou a possibilidade de que o estoque inspirado no torneio se esgote até fim do campeonato. Mesmo que isso não aconteça, os itens especiais da Copa já representam 4% do faturamento da coleção de inverno da Blue Man.
A procura por peças de roupa relacionadas ao Mundial também acontece em marcas de preço médio mais elevado. É o caso da Mara Mac, com 10 lojas próprias e de 90 pontos de venda no Brasil, e que lançou 12 itens inspirados na Copa, que vão de R$ 198,00 até R$ 828. A empresa é outra que não descarta término de estoques até o fim do mundial. "Foi bom para os negócios", afirma Mara Teixeira Mac Dowell, dona da marca, evitando mencionar o faturamento.
Ela acrescenta que, com o sucesso alcançado nas vendas de junho, pensa em fazer coleção de verão inspirada na Olimpíada de 2016. "Agora, também estou torcendo para o Brasil ir para a final, porque senão, posso encalhar o resto do estoque", diz.
A grife francesa Lacoste por sua vez, já vendeu 85% do estoque da minicoleção desenvolvida para a Copa, com camisas polo, agasalhos, bonés e camisetas. Os produtos foram criados conjuntamente pelas equipes da grife no Brasil e na França e foram inspirados em uniformes de futebol "vintage".
A evolução do torneio também terá profundo impacto nas vendas da AD Life Style. Com 58 franquias e seis lojas próprias, a marca é voltada principalmente para o público masculino. A empresa lançou uma linha de nove camisas polo inspiradas na Copa, cada uma representando um país que já venceu o mundial - Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, Inglaterra, França e Espanha. A marca fez duas peças voltadas para os brasileiros, com preço médio em torno de R$ 99.
"Vendemos muito bem ao longo da competição e estamos com estoques baixos", afirma o diretor comercial da empresa, Carlos Filipe Gomes, também sem citar números.
Não é à toa que ele - e também seus concorrentes - torcem para o time de Felipão vencer a Colômbia hoje. Conforme as outras seleções foram sendo eliminadas a demanda por suas respectivas camisas foi diminuindo. "Esperamos que o Brasil vá até a final para esgotar estoques, porque esse é um produto sazonal", diz o diretor. (Colaborou Juliana Mariz, de São Paulo)
Valor
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