terça-feira, 03 de junho, 2014

Tetra Pak entra no mercado de queijo

Consagrada mundialmente com o leite longa vida e líder absoluta no mercado brasileiro de embalagens cartonadas assépticas, a Tetra Pak quer agora avançar em outro segmento: o de queijo frescal. A proposta da multinacional, de oferecer no país o alimento em caixinha com diferentes tamanhos, reflete a aposta em inovação como importante ferramenta para alavancar novos negócios.
O desejo da direção da Tetra Pak no Brasil é de que esse novo mercado já contribua para as vendas em 2014. Ainda não há contrato assinado, mas houve conversas com laticínios que demonstraram interesse na nova tecnologia. "Esse é um ano um pouco mais difícil, com muitos eventos. Mas esperamos poder fechar o primeiro negócio [na área de queijos] ainda em 2014", disse ao Valor o vice-presidente de estratégia de negócios da Tetra Pak para Américas, Eduardo Eisler.
Ainda que essa expectativa não se cumpra, a previsão da Tetra Pak é a de crescimento das vendas no país. Em 2013, a empresa faturou R$ 4,6 bilhões no Brasil e vendeu 13 bilhões de embalagens. Para 2014, prevê expansão de 5% a 6% no faturamento e de 4,5% a 5% no volume de embalagens vendidas, para algo entre 13,5 bilhões e 13,7 bilhões de unidades - sua principal concorrente, a SIG Combibloc, projeta produção no país "acima" de 2 bilhões de unidades neste ano.
Além do crescimento natural do mercado, deve contribuir para a expansão das receitas da empresa no país a maior capacidade de produção na fábrica de Ponta Grossa (PR). O projeto de duplicação, que envolveu investimento de R$ 150 milhões, está em vias de ser inaugurado. A outra unidade fabril está instalada em Monte Mor (SP).
O queijo frescal em caixinha da Tetra Pak será apresentado na "Fispal Tecnologia", um dos principais eventos do ano para a indústria de alimentos e embalagens, que começa hoje em São Paulo. De acordo com o diretor de marketing e gestão de categoria da Tetra Pak, Pedro Gonçalves, o novo sistema altera inclusive o processo de produção: diferentemente da fabricação artesanal, a tecnologia da empresa permite o envase do leite líquido, com adição posterior do coalho que dará origem ao queijo, já dentro da embalagem.
Entre outros ganhos, enumera Gonçalves, o sistema proporciona rendimento até 25% superior que o processo tradicional e amplia a validade do produto final para 90 dias, ante média atual de 30 dias - há dois laticínios, conforme o diretor, que já alcançam prazo de 50 dias com embalagem de plástico.
Para clientes que já utilizam a tecnologia UHT da Tetra Pak para leite, o investimento na adaptação do equipamento para produção de queijo em embalagem longa vida demandará investimento máximo de € 1 milhão. "Nosso foco está tanto nos atuais clientes quanto em novos contratos", afirmou.
Essa tecnologia já está disponível na Europa, para produção de queijo fresco, e no Oriente Médio, onde há mais de 20 linhas instaladas usadas sobretudo para produção de queijo feta. Por ano, neste último mercado, são vendidas cerca de 650 milhões de embalagens - no Egito, das 260 mil toneladas de queijo branco consumidas anualmente, 72% estão disponíveis em embalagens da Tetra Pak.
Valor Econômico - 03/06/2014
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