O up!, o novo veículo compacto da Volkswagen do Brasil, entra no mercado brasileiro com preço inicial de R$ 26.900 no modelo mais básico, duas portas. Já o modelo de quatro portas terá preço inicial de R$ 28.900. Com o apelo do preço - entre os mais baratos de seu segmento, e foco no público jovem que busca entrar no mercado de automóveis, a multinacional alemã lançou ontem oficialmente o novo carro, um dos mais aguardados do ano, sendo a grande aposta da empresa para compensar a queda nas vendas e se consolidar no mercado de compactos brasileiro.
"Este carro vai ser uma nova referência no seu segmento. São seis versões jovens, para um carro urbano", afirmou o presidente da montadora no Brasil, Thomas Schmall, em um evento em Gramado (RS), cheio de personagens e música, enfatizando seu público alvo e a importância que o lançamento tem para a empresa.
Todas as versões do up! serão 1.0, com motor flex. Para Schmall, o modelo concilia "desempenho, economia de combustível, segurança, conforto e recursos de entretenimento para os ocupantes".
O lançamento faz parte do plano de investimentos da multinacional alemã no Brasil, da ordem de R$ 9,2 bilhões até 2016, e envolveu o desembolso de R$ 1,2 bilhão para a implantação de uma nova linha de produção na fábrica de Taubaté, em São Paulo. Hoje, com 5 mil funcionários, Taubaté já produz o Novo Gol e o Novo Voyage e será a segunda planta da multinacional a produzir o up!. Sendo produzido na Eslováquia desde 2011, o modelo já é vendido em 50 países.
"Quando falamos neste tipo de carro, estamos tratando com um público específico. São pessoas que moram nas cidades, andam sozinhas ou com poucas pessoas nos veículos, têm mais consciência ambiental. Na cabeça do consumidor, outro componente importante é o preço, são camadas mais sensíveis ao consumo", afirma Ricardo Pazzianotto, especialista do setor, sócio da PwC Brasil.
No Brasil, ele seguirá um padrão de produção global, que elimina a diferença da tecnologia usada no Brasil e na Europa, segundo a empresa. Mas sai da fábrica de Taubate com adaptações ao mercado brasileiro: é mais comprido e largo, mais alto, tem cinco lugares e porta-malas maior, além de ser flex. "Na Europa é um foco diferente. Ele seria invendável aqui, então mudamos tudo", afirmou o vice-presidente de desenvolvimento de produtos, Egon Feitcher.
Para se consolidar no mercado de compactos - uma fatia que representa 45% do mercado brasileiro de automóveis -, no entanto, a empresa terá que enfrentar rivais como o Fiat Uno, o substituto do Chevrolet Celta e o novo Ford Ka. "Estamos perto do Carnaval, da Copa, das eleições. São três desafios grandes para este carro", disse Schmall.
No ano passado, a Volkswagen comercializou no Brasil 666,7 mil automóveis e comerciais leves, o que representou uma queda de 13,2% na comparação com os resultados de 2012.
"Há uma oportunidade grande neste mercado. Muitas marcas estão trazendo seus carros mais compactos, menores. Este segmento tende a se transformar em um segmento muito sensível a preço", explica Pazzianotto.
Para o especialista, o crescimento do setor de veículos menores colaborará para o aumento da competição na indústria automotiva em 2014. "Este ano tende a ser um ano bem competitivo. Estão entrando muitos novos produtos, novas empresas, fábricas estão sendo construídas", completa.
Valor Econômico - 05/02/2014
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