Rigesa volta ao mercado de kraft com linha premium

Segunda maior fabricante brasileira de embalagens de papelão ondulado, a MWV Rigesa voltou ao mercado nacional de papel kraft com uma nova linha de produtos premium. A partir do investimento de mais de R$ 1 bilhão para expandir a capacidade de produção no país, executado nos últimos três anos, a Rigesa passou a trabalhar com volume excedente, o que permitiu o lançamento da linha HyPerform e a oferta de papel e miolo para embalagens no mercado.
"Voltamos com força e com um produto de qualidade muito superior", disse o diretor de negócios da empresa, Jairo Lorenzatto. Atualmente, a Rigesa pode produzir 430 mil toneladas por ano da nova linha de papéis. Desse volume, cerca de 300 mil toneladas por ano serão consumidas internamente, na fabricação de embalagens pela própria empresa. As 130 mil toneladas remanescentes serão comercializadas no mercado brasileiro, com algum volume exportado, divididas em papel kraft (aproximadamente 100 mil toneladas) e miolo para embalagens (30 mil toneladas).
Conforme Lorenzatto, antes do investimento em expansão - o pacote de mais de R$ 1 bilhão inclui aportes em florestas, papel e embalagem -, que resultou na duplicação da capacidade de produção na fábrica de Três Barras (SC), a Rigesa consumia em seu processo produtivo de embalagens praticamente todo o papel kraft que produzia. "Além de atender à necessidade interna, o projeto redundou no lançamento da nova linha", reiterou.
A nova máquina de papel da empresa em Três Barras entrou em operação em meados de 2012 e atingiu ritmo de 100% da capacidade recentemente. Mas a oferta adicional no mercado vem em boa hora: neste início de ano, os estoques de aparas (usadas na obtenção de papel reciclado) estão praticamente zerados e os de papel kraft, em níveis muito baixos. Além disso, desde o ano passado, os fabricantes têm sofrido com aumentos consecutivos nos preços das aparas, o que repercutiu no reajuste dos demais insumos. "O setor tem sentido a pressão. Mas a Rigesa é muito diligente em seu controle de custos", afirmou.
O HyPerform, segundo o diretor, se diferencia, entre outros fatores, pela possibilidade de redução de custos proporcionada ao cliente. A nova linha, garantiu, oferece melhor performance para a fabricação de embalagens e possibilita redução de gramatura de até 20%, além de conferir uniformidade no processo de produção de chapas de papelão, o que permite o aumento da velocidade das máquinas. "Isso representa redução de custo ao cliente", explicou.
O novo papel kraft da Rigesa é mais caro que o produto tradicional - a empresa não divulga o diferencial de preços -, mas esse prêmio, de acordo com Lorenzatto, é compensado justamente pela redução de custos proporcionada. No país, uma das maiores fornecedoras de kraft é a Klabin, que também lidera o mercado nacional de embalagens de papelão ondulado.
Na avaliação de Lorenzatto, o mercado brasileiro de embalagens de papelão, em 2014, não deve mostrar desempenho inferior ao verificado no ano passado. "Esse é um mercado de crescimento continuado", lembrou. Segundo estatística da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), as expedições da indústria no país, em 2013, cresceram quase 3%.