segunda-feira, 13 de janeiro, 2014

Perfume brasileiro com sotaque francês

Três empresários escolheram o Rio de Janeiro para inspirar a criação de uma marca de perfumes brasileira para o segmento de luxo. Após um ano de pesquisas e desenvolvimento para encontrar as fragrâncias, em dezembro de 2012, Marc Hofmann, Bettina Haegler e Mariana Birchall lançaram a L'Eau de Riô.
Cinco colônias, batizadas de Jardim Botânico, Paraty, Ipanema, Av. Atlântica e Pedra Bonita, são vendidas apenas em perfumarias, dividindo as prateleiras com as grandes marcas internacionais desse segmento, como Kenzo, Armani ou Donna Karan. Além disso, estão na loja virtual da Sephora e nas unidades da Dufry em aeroportos.
As fragrâncias, unissex, foram desenvolvidas em parceria com uma das maiores empresas do setor, a Firmenich, multinacional de aromas e essências, que é responsável por vários dos perfumes mais conhecidos do mundo. A busca foi por um aroma com o que chamam de a "cara do Rio": "leve, fresco, descolado, elegante, sem ser esnobe."
Segundo Hofmann, a ideia foi buscar aromas que remetem ao estilo de vida do Rio, assim como as cidades de Paris, Nova York e Roma já contam com suas linhas de cosméticos. "Mas sabíamos que para ter sucesso nessa indústria seria necessário criar parcerias com os maiores especialistas em perfumaria", diz. As famílias dele e da sócia Bettina são suíças e têm relacionamento com a Firmenich.
Hofmann já trabalhou com empresas novatas e também na produção e comércio internacional de etanol para o uso nos setores de cosméticos e bebidas. As sócias Bettina e Mariana contribuem com as experiências em design, moda e varejo.
O plano inicial de investimentos é de R$ 2 milhões, financiado com recursos próprios. Por enquanto, eles não veem necessidade de captação.
A empresa fechou seu primeiro ano com a venda de cerca de 30 mil águas de colônia - os preços sugeridos, em função do tamanho, são R$ 32,90 ou R$ 90.
A expectativa para 2014 é triplicar essa quantidade, assim como o número de pontos de venda que oferecem os produtos: atualmente, são 120, a maioria no Rio e em São Paulo, mas o plano é distribuir a marca pelo país.
A estrutura de vendas e distribuição é própria e não há planos de ter uma operação de varejo ou atuar em venda direta.
Apesar da inspiração carioca, o nome L'Eau de Riô traz um "sotaque francês", como definem, e sugere a intenção de explorar também o mercado internacional. Dois meses após o lançamento, o Le Bon Marché Rive Gauche, de Paris, pediu amostras e passou a oferecer os produtos a seus clientes.
A empresa agora mantém contatos com grandes lojas de departamento, como a Saks. A pedido da varejista francesa Sephora, desenvolveram uma versão roll on, de 10 ml, tendência no setor.
Esse tipo de apoio internacional é fundamental para os negócios, uma vez que para a venda de produtos de luxo é necessário que as lojas acreditem no potencial, destacando-os nas prateleiras.
Segundo o executivo, apesar dessa pequena distribuição já existir no exterior, a ideia agora é focar o crescimento no mercado nacional. A empresa estuda desenvolver uma linha para casa, outra para crianças, além de hidratantes e sabonetes.
No Brasil, a Abihpec, associação que reúne fabricantes de cosméticos, informa que não possui dados relacionados à venda de marcas de luxo. A indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10% ao ano nos últimos 17 anos.
Valor Econômico - 13/01/2014
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