segunda-feira, 23 de setembro, 2013

Petrópolis cresce 29% e mira Nordeste

Fabricante das cervejas Itaipava e Crystal, o grupo Petrópolis precisará construir duas ou três novas fábricas para cobrir todo o mercado nacional até 2020. No entanto, em 2014, a empresa fará uma pausa temporária na expansão de capacidade. No ano da Copa, a Petrópolis vai correr atrás do retorno do investimento de R$ 1,2 bilhão que fez em duas fábricas no Nordeste.
"Será o ano do 'payback' [retorno]", diz Douglas Costa, diretor de mercado da Petrópolis. Segundo o executivo, o mercado de cerveja no Nordeste é maior do que no Sul por apresentar pouca ou nenhuma sazonalidade nas vendas. Estratégica para as fabricantes, a região Nordeste é dominada pelos rótulos Skol, da líder do setor Ambev, e Nova Schin, da Brasil Kirin.
A disputa com essas duas marcas será dura para a Petrópolis, especialmente agora que o mercado de cerveja sinaliza que vai crescer a uma velocidade menor no Brasil. Somente na Bahia, Costa estima que a fatia de mercado da Skol seja de mais 60%, e da Nova Schin, quase 30%.
Com 16 mil funcionários, a Petrópolis inaugurou sua quinta fábrica no mês passado em Alagoinhas (BA). Para maio do ano que vêm, está previsto o início da produção da unidade de Itapissuma (PE). A maior parte dos recursos para levantar as duas unidades veio do BNDES, diz Costa.
Para ganhar mercado na região, a Petrópolis aumentará os gastos com marketing e ações promocionais nos pontos de venda, afirma Costa, embora o orçamento para o ano que vem ainda não esteja fechado. Em 2013, essas despesas somaram R$ 360 milhões, incluindo o gasto para batizar as novas arenas esportivas de Salvador e Recife para a Copa do Mundo.
Segunda maior fabricante de cerveja do Brasil, a Petrópolis deve alcançar faturamento de R$ 6,3 bilhões este ano, alta de 29% em relação ao ano passado. O crescimento é fruto de elevação de preços com reposicionamento de marcas e também de uma modesta expansão nos volumes, diz o executivo.
Em relação à 2012, Costa projeta alta de entre 1,5% e 2% nos volumes de cerveja comercializados pela Petrópolis. O mercado como um todo deve encerrar o ano "empatado", diz. "Nos meses em que o setor registrou queda nos volumes, conseguimos pelo menos ter uma retração mais suave", afirma.
De acordo com Costa, a participação de mercado da Petrópolis pode alcançar até 14% este ano, dependendo de como for o desempenho da recém-inaugurada fábrica na Bahia. Excluindo o efeito da nova operação no Nordeste, a Petrópolis, projeta atingir fatia de 11,6% do mercado de cervejas em 2013.
Segundo o executivo, as fabricantes se anteciparam ao aumento dos impostos federais sobre a cerveja que começará a valer a partir de outubro e, já este mês, começaram a repassar para o consumidor, de forma heterogênea entre as regiões.
No ano passado, disse Costa, o preço da cerveja aumentou, na média, 7% sobre 2011. "Por causa dos impostos, o aumento deste ano será maior", diz.
Para Costa, há uma preocupação do setor de que, se o preço da cerveja subir muito, ocorra uma migração do consumo para a categoria de bebidas destiladas. "Seria o contrário do que vimos nos últimos anos, quando muita gente trocou a cachaça pela cerveja".
Além de consolidar a presença no Nordeste, a Petrópolis visa ampliar o seu portfólio de bebidas não alcoólicas no próximo ano. Hoje, essa categoria representa menos de 1% do faturamento da companhia, que, além de cerveja, comercializa o energético TNT, o refrigerante It! e o isotônico Ironage. Em breve, a companhia se prepara se lançar na categoria de água.
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