segunda-feira, 09 de setembro, 2013

L'Oréal mira cabeleireiros informais

O Brasil é o primeiro mercado de salões de beleza na América Latina. São 342 mil estabelecimentos formais que faturam R$ 40 bilhões. No entanto, dos 1,5 milhão de profissionais que trabalham no setor, 1 milhão não possuem registro formal e apenas 15% têm treinamento adequado. Os dados são de um estudo feito pela L'Oréal, que lança amanhã o kit Master Results, de sua linha profissional Matrix, com foco nas classes C e D.
"Temos salões muito bons, do nível de Nova York ou Londres. Mas também um número muito maior de profissionais que atuam sozinhas no morro do Alemão, na Rocinha e em áreas espalhadas por todo o país", diz Mikael Henry, diretor-geral da divisão de produtos profissionais da L'Oréal.
O kit Master Results virá com DVDs de treinamento. Cada um ensina uma técnica: corte, tratamento (nutrição e cauterização) e coloração. A caixa mais simples, que vem com os vídeos, tesoura, pente fino, pincel, avental e bacia para tintura, custa R$ 200. Os produtos da linha - xampu, condicionador e máscara, também chamados de Master Results -, devem ser comprados separadamente.
Segundo o executivo da L'Oréal, o Brasil é o primeiro mercado de coloração e tratamento de cabelos no mundo. Aqui, 80% das mulheres vão ao salão a cada quinze dias, enquanto na Europa elas só frequentam quatro vezes por ano. "Para a brasileira o cabelo é o cartão de visitas", diz Henry. "E isto vale para todas as classes sociais".
Hoje, a linha Matrix já representa metade das vendas da divisão profissional da L'Oréal. A companhia francesa atende 60 mil cabeleireiros no Brasil também com as marcas Redken, Kérastase e L'Oréal Professionnel.
A Matrix concorre não só com linhas específicas para salões - como Wella Professionals, da Procter & Gamble, e Seda Professional, da Unilever -, mas também com os produtos do varejo. "É comum a cliente passar no supermercado e comprar tintura para o cabeleireiro aplicar", diz Henry. Além disso, ele comenta que o mercado de salões voltados para as classes C e D é muito pulverizado e não há uma marca que seja referência. "Muitas vezes eles [esses salões] optam por produtos de varejo, que são mais fáceis de usar, não requerem conhecimento técnico. Os cabeleireiros desses salões não são fiéis a nenhuma marca."
A linha de produtos será oferecida também pela internet. "Hoje, 46% dos consumidores virtuais estão na classe C", afirma Henry.
Valor Econômico - 06/09/2013
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