terça-feira, 13 de agosto, 2013

Yara assume liderança em adubos no Brasil

A participação da multinacional norueguesa Yara no mercado brasileiro de fertilizantes deverá saltar de 10% para 25% depois da conclusão da aquisição do negócio de adubos da Bunge no Brasil, anunciada na sexta-feira. Com isso, a companhia vai assumir a liderança do segmento no país.
A compra dos ativos de fertilizantes que a Bunge ainda detinha no Brasil pela Yara foi anunciada em dezembro de 2012 e aprovada em maio deste ano pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A transação foi fechada por US$ 750 milhões e compreende um valor de capital de giro líquido de US$ 385 milhões, além de outros ativos no valor de US$ 365 milhões.
O valor do capital de giro ainda está sujeito a ajustes. A partir de 2014, a Yara planeja obter sinergias anuais no valor de US$ 50 milhões com a integração das operações.
Em comunicado, a Bunge informou que a venda à Yara inclui instalações de mistura, marcas e armazéns. A multinacional americana revelou ainda que, por meio de um contrato de fornecimento de longo prazo firmado com a Yara, continuará a vender adubos aos agricultores brasileiros em troca de futuras colheitas como parte de suas operações de originação de grãos.
A Yara já tinha 11 unidades misturadoras e uma unidade de produção de fosfatos no país, e agora vai incorporar mais 21 misturadoras e duas unidades de produção também de adubos fosfatados. Com isso, a comercialização de fertilizantes deverá aumentar de 3 milhões para 8 milhões de toneladas por ano, disse Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil, ao Valor.
Hanzen afirmou que o processo de integração de ativos da Bunge deverá ser finalizado até dezembro. A Yara começou a ampliar sua presença no país após a compra da Adubos Trevo, em 2000. Em 2006, adquiriu a Fertibras. Mas o "grande passo" foi mesmo em 2012, com o acordo para a aquisição dos negócios de fertilizantes da Bunge.
"Esse obviamente não é o maior investimento realizado pela empresa, mas é o maior investimento que a Yara já fez em toda a sua história em distribuição", afirmou Hanzen. O executivo enfatizou que a expansão acontece "em um contexto em que o país vem se perfilando para ser o celeiro do mundo".
Segundo Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos (Ama-Brasil), a Yara vai assumir o papel ocupado pela líder Bunge no mercado brasileiro nos últimos anos e vai disputar um mercado muito competitivo. "Quem ganha é o produtor", diz.
A maior parte do faturamento da Yara no país vem dos produtos NPK (adubos tradicionais), mas a empresa também comercializa micronutrientes e produtos diferenciados. Com forte presença no mercado mundial, principalmente na área de fertilizantes nitrogenados, a Yara está presente em 50 países e distribui produtos para 150 diferentes mercados.
Valor Econômico - 12/08/2013
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