sexta-feira, 09 de agosto, 2013

CONTRA EXPECTATIVAS, CIELO GANHA MERCADO

O mercado esperava uma concorrência maior na indústria de cartões para este ano, mas os resultados apresentados pela Cielo no primeiro semestre mostram que a empresa líder do mercado tem ganhado fatia de mercado, ao invés de perder. Em outubro de 2012, o próprio presidente da empresa, Romulo Dias, esperava um crescimento maior das empresas da concorrência. "Vamos ver os concorrentes presentes em todos os segmentos do varejo".
A empresa anunciou o balanço do segundo trimestre ontem após o fechamento do mercado registrando um lucro líquido de R$ 623,3 milhões no período, alta de 13,2% na comparação com o igual período do ano passado e queda de 2,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2013. Para analistas esse ganho de mercado foi fundamental para garantir os resultados operacionais .
"A Cielo apresentou ganho de market share nos últimos dois trimestres, ao contrário de nossas estimativas. Enquanto isso, a Redecard está focada no processo de internalização de sua estrutura no conglomerado do Itaú e vem perdendo espaço para seus dois principais concorrentes", afirmou o analista do BB Investimento, Carlos Daltozo. Ele estima que dentre os três principais players do mercado, a Cielo tenha uma fatia de 54,9%, Redecard (40%) e Santander (5,1%).
Apesar desse ganho de mercado e do resultado em linha com o esperado pelo mercado, os papéis da empresa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fecharam o pregão de ontem em queda de 2,91%, cotada a R$ 55,34. Para alguns analistas, a entrada do BTG Pactual no mercado de adquirência, via Banco Pan, criou um temor que a Cielo perdesse mercado no futuro.
"A entrada do BTG no mercado de cartões, um lucro líquido um pouco menor que no trimestre passado e uma perda de margem podem explicar essa queda. Apesar disso, o balaço veio em linha com o esperado mostrando que a Cielo é uma empresa forte. Suas ações continuam sendo defensivas", explicou o analista da Ativa Corretora, Marcelo Torto.
Outra parte do balanço considerada positiva pelo mercado foi a receita operacional líquida que no segundo trimestre do ano totalizou R$ 1,6 bilhão, alta de 28,9% em comparação com o segundo trimestre de 2012 e crescimento de 3,7% na comparação com os primeiros três meses desse ano.
"Os resultados operacionais foram bons e seguiram mais ou menos o que era esperado pelo mercado. Chama atenção a receita operacional líquida que representa um volume financeiro substancial", afirmou o professor da Escola de Investimentos Leandro & Stomer, Leandro Ruscel.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida), que mede a geração operacional de caixa da companhia, chegou a R$ 859,1 milhões, alta de 22% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. No período, a Cielo apresentou margem Ebtida de 53,5%, pouco abaixo do resultado do primeiro trimestre do ano (56,5%) e de igual período de 2012 (26,6).
"A redução da margem na comparação ano contra ano, justifica-se principalmente em função da consolidação da empresa adquirida Merchant-e Solutions. É importante lembrar que as adquirentes nos Estados Unidos contabilizam o gross MDR ou taxa bruta de desconto como receita bruta e o intercâmbio como custo, portanto, embora a contribuição da Me-S a título de
resultado seja pequena, quando da consolidação dos números, a contribuição dada a título de receita acaba sendo a principal razão que explica a magnitude do impacto", afirmou o diretor financeiro da empresa de cartões, Clóvis Poggetti Júnior.
O volume financeiro processado pela Cielo segue em ritmo aquecido nas duas modalidades: no crédito, atingiu R$ 65,7 bilhões no segundo trimestre do ano, aumento de 12,1% sobre o mesmo período de 2012. No débito, o volume financeiro capturado totalizou R$ 39 bilhões, volume 17,8% adicional ao registrado no segundo trimestre do ano passado.
O número de pontos de vendas ativos totalizou 1,3 milhão ao final de julho de 2013, o que representa um aumento de 8,4% sobre o mesmo período do ano passado. A base instalada de equipamentos POS (Point of Sale, na sigla em inglês) alcançou crescimento de 9,9% em relação ao segundo trimestre do ano passado, com representatividade de 52% das máquinas móveis.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 08/08/2013
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