Vendas de eletrodomésticos não crescem no 2º tri, diz Eletros

SÃO PAULO - As vendas de eletrodomésticos, que englobam produtos eletroeletrônicos e de linha branca, “não estão boas. Acredito que não haja crescimento no segundo trimestre”, disse o presidente da associação dos fabricantes do setor (Eletros), Lourival Kiçula.
No primeiro trimestre do ano a Eletros já havia detectado entre seus associados uma retração nas vendas, entre 15% e 20%, em relação a igual período do ano passado.
Em férias, fora do Brasil, ele acompanhou de longe a reunião de representantes da indústria e do varejo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, realizada ontem em Brasília. O aumento das alíquotas de IPI para produtos como fogão (2% para 3%, não retornando, assim, aos 4%, originais); tanquinho (3,5% para 4,5%); e refrigeradores (de 7,5% para 8,5%) já era esperado pelo setor. “Não é surpresa, era o combinado. O importante é que há um conceito da essencialidade, ou seja, quanto mais necessário o produto, menor deve ser o imposto”, disse Kiçula, por telefone.
A máquina de lavar roupa, por exemplo, segue com IPI de 10% por prazo indeterminado —— apenas 52% dos domicílios no país têm lavadora de roupa automática. Mas Kiçula diz que o governo poderia rever o IPI da lavadora semiautomática (ou tanquinho), que teve a alíquota de IPI elevada de 2% para 4,5%. Ele entende que este é um produto de “entrada” para muitos consumidores e que, portanto, deveria ter um IPI menor. “Mas vamos fazer nossa lição de casa. Vamos fazer um levantamento de quantas empresas nacionais fabricam esse tipo de lavadora, como podemos melhorar esse produto e aí poderemos levar uma proposta ao governo”, disse o presidente da Eletros.
Em relação ao segundo semestre, Kiçula mostra um certo otimismo, apesar de estar preocupado com as pressões de insumos como aço e dólar (que afeta em especial a produção de artigos da linha marrom - televisores, por exemplo). Ele avalia que há chances de as vendas voltarem a um patamar mais positivo na segunda metade do ano, em especial para TVs, em função da Copa do Mundo, lavadoras de roupas, geladeiras e fogão.