quarta-feira, 22 de maio, 2013

Unigel põe à venda área de embalagem

A Unigel, um dos mais tradicionais grupos químicos do país, já está perto de vender os ativos na área de embalagem, apurou o Valor. Esse negócio está estimado pelo mercado entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.
Esse movimento faz parte dos esforços da companhia em busca de soluções para seu futuro. O negócio de embalagens é considerado como fora das atividades centrais da empresa. Por isso, as negociações desse ativo começaram ainda em 2012.
Ao Valor, Marc Slezynger, vice-presidente executivo da companhia e filho do fundador, Henri Slezynger, preferiu não comentar sobre a venda dos ativos de embalagens. O executivo limita-se a admitir que a empresa avalia a venda de um ativo "não core".
Segundo ele, a Unigel deseja se capitalizar para aproveitar oportunidades de mercado no Brasil e no México, onde está presente. Além de se desfazer de ativos não estratégicos, a empresa avalia soluções diversas para sua situação financeira. A venda de participações minoritárias e abertura de capital - movimento já cogitado no passado, mas descartado por conta das condições adversas do mercado - são as preferências da família fundadora. Dessa forma, eles se manteriam no negócio.
Entretanto, o Valor apurou que nenhum modelo está descartado. Nem mesmo a venda de toda a companhia. O executivo, contudo, não comenta essa possibilidade. O grupo também atua nos segmentos de acrílicos, estirênicos e fertilizantes.
Quem está coordenando o trabalho de busca de uma solução para a Unigel é a Estáter, butique financeira que esteve à frente das negociações dos principais movimentos que reorganizaram o setor petroquímico no país. Procurada, a Estáter não respondeu ao Valor. As conversas sobre a venda da unidade de embalagens, contudo, não estão nas mãos da butique, que assumiu o trabalho há cerca de um mês, conforme credores da companhia.
A meta, se o movimento de capitalização prosperar, é que a relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) fique entre duas e três vezes. Atualmente, essa relação é de quatro vezes.
Segundo Marc, a empresa já está em negociação avançada para alongar as dívidas de curto prazo. No fim de 2012, da dívida bancária bruta, de R$ 1,4 bilhão, mais de 40% venceriam neste ano. A dívida bancária líquida atual, de cerca de R$ 1,2 bilhão, surgiu pelos fortes investimentos realizados em 2007 e 2008, e pela queda de mercado ocorrida em 2008 e 2009.
A situação com os fornecedores, inclusive com a petroquímica Braskem da qual a Unigel é um dos maiores clientes, está normalizada, assim como seu abastecimento de matérias primas. O saldo com fornecedores é suportado pelo elevado capital de giro da empresa, em seus estoques e recebíveis, que superam amplamente o valor devido.
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