A Natura encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 124,8 milhões, 17,6% inferior aos R$ 151,5 milhões apurados um ano antes. A queda foi maior do que a estimada pela média das projeções dos bancos J.P. Morgan, Deutsche Bank e Goldman Sachs, que apontava recuo de 6%, para R$ 142 milhões.
A receita líquida avançou 5,9% de janeiro a março, para R$ 1,35 bilhão, mas ficou abaixo das expectativas da empresa. A Natura informou, na nota que acompanha o balanço, que além de um mercado mais competitivo, sua estratégia promocional provou-se pouco atrativa para impulsionar as vendas no período que antecedeu o Carnaval, provocando um crescimento desigual no trimestre.
Em teleconferência sobre os resultados, o vice-presidente de finanças, relações com investidores e jurídico da Natura, Roberto Pedote, afirmou que, para ampliar o leque de produtos adquiridos pelas clientes nos próximos meses, a companhia lançou o programa "Natura Eu Gosto", que criou 20 diferentes perfis de comportamento. A partir desse mapeamento, as consultoras poderão fazer abordagens mais adequadas a cada perfil. Com isso, a expectativa é elevar as vendas por consumidora em diversidade e volume.
Em 2012, a empresa perdeu 1,5 ponto percentual de participação em higiene, de acordo com dados da Euromonitor, no comparativo com o ano anterior. A reação à concorrência virá no segundo trimestre quando, segundo Pedote, estão previstos lançamentos no segmento a preços "bastante competitivos, para atuar em faixas de preço onde não estamos presentes".
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 3,7% nos primeiros três meses do ano, para R$ 262,1 milhões. A margem Ebitda caiu 1,9 ponto percentual, para 19,4%, pois as vendas aquém do esperado tornaram a diluição de despesas mais difícil, especialmente em projetos de longo prazo.
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